- Da redação
Deputados que se dizem "de Marília" votaram a favor do corrupto Temer
Walter Ihoshi e Vinícius Carvalho votaram a favor do corrupto Temer
Dois deputados federais, Walter Ihoshi e Vinícius Carvalho, que dizem ter "alguma ligação" com Marília, votaram novamente nesta quarta-feira (25) a favor do presidente Michel Temer (PMDB) em sessão na Câmara Federal e ajudaram a barrar as investigações de corrupções do atual governo pelo STF. Por 251 votos a favor e 233 contra, parecer da CCJ que livra Temer de investigação foi aceito no plenário. Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) são acusados por formação de organização criminosa e obstrução da Justiça.
Ihoshi e Vinícius já haviam se posicionado da mesma forma na primeira denúncia contra os atos de corrupção do Governo Federal, em agosto passado.
Walter Ihoshi (PSD) e Vinícius Raposo Carvalho (PRB) votaram a favor dos relatórios da CCJ (Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça) que determina o arquivamento das denúncias de corrupção contra Temer. Os pareceres emitidos no relatório da CCJ, impedem que o STF (Supremo Tribunal Federal) investigue as denúncias contra Temer.
CONTRA AS INVESTIGAÇÕES DE CORRUPÇÃO
"Senhor presidente, meu voto é sim", disse Vinícius Raposo Carvalho ao expor seu voto. "Senhor presidente, pela estabilidade e pelo avanço das reformas eu digo sim", disse Walter Ihoshi. Os votos deles somaram 136 votos a favor de Temer. Ihoshi e Carvalho (que é pastor da Igreja Universal no Rio de Janeiro) votaram também a favor das famigeradas reformas Trabalhista e da Previdência, que prejudicaram milhões de trabalhadores.
A deputada Bruna Furlan (PSDB), que obteve cerca de sete mil votos em Marília, também votou a favor de Temer. Já o deputado Capitão Augusto (PR), que tem base em Ourinhos, votou contra o relatório da CCJ, ou seja, a favor da continuidade das investigações contra Temer. O deputado Milton Monti (PR), de São Manuel, votou a favor do relatório, beneficiando Temer e a corrupção.
As primeiras denúncias contra o presidente, rejeitadas pelos deputados em agosto, foram feitas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apontando crime de corrupção passiva de Temer por ter supostamente negociado benesses em troca de favorecer o empresário Joesley Batista, magnata da JBS e agora delator da Operação Lava Jato. Temer foi acusado de ser beneficiário dos recursos entregues pela empresa (R$ 500 mil) ao ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, que havia sido assessor especial da Presidência da República. Conforme a Constituição, um eventual processo contra o presidente da República no Supremo, por crime comum, São necessários 342 votos para que Temer seja afastado por 180 dias e julgado pelo STF. Nas duas votações na Câmara Federal. Temer abriu os cofres descaradamente, liberando mais de R$ 60 bilhões em verbas para parlamentares que se posicionaram a seu favor e contra as investigações de corrupção.
Só 14% da população é contraria à abertura de processo contra o presidente no STF, segundo pesquisa; 79% dos entrevistados disseram considerar que deputado que apoiar rejeição da denúncia da PGR é "cúmplice da corrupção"
A maioria absoluta da população brasileira concorda com afirmação de que deputados que apoiarem Michel Temer são "cúmplices da corrupção"
A maioria dos brasileiros defende a aceitação da denúncia contra o presidente Michel Temer, que deve ser levada à votação no plenário da Câmara dos Deputados na quarta-feira (2) . De acordo com pesquisa divulgada pelo Ibope, 81% da população é favorável à abertura de processo contra o peemedebista no Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto apenas 14% dos entrevistados defenderam a rejeição da denúncia. Outros 5% não souberam ou não quiseram responder sobre o tema.
A pesquisa encomendada pela associação civil Avaaz.org mostrou ainda que o apoio à admissão da denúnca por corrupção passiva oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Michel Temer é maior entre os mais jovens (89%). Também se destacaram aqueles que têm o ensino médio ou superior completo (86% e 85%, respectivamente), os que têm renda familiar entre dois e cinco salários mínimos (87%) e aqueles com renda familiar acima de cinco salários mínimos (85%).
O levantamento foi realizado entre os dias 24 e 26 deste mês e foram ouvidos 1 mil brasileiros por telefone. A margem de erro estimada pelo Ibope é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Ao serem apresentados à afirmação "Acho que a denúncia é correta e o deputado que votar contra a abertura do processo é cúmplice da corrupção", 79% dos entrevistados disseram concordar com o pensamento, enquanto 18% disseram discordar.
VEJA COMO VOTARAM OS DEPUTADOS FEDERAIS DE SÃO PAULO
Alex Manente (PPS) - não
Alexandre Leite (DEM) - abstenção
Ana Perugini (PT) - não
Andres Sanchez (PT) - não
Antonio Bulhões (PRB) - sim
Antonio Carlos Mendes Thame (PV) - não
Arlindo Chinaglia (PT) - não
Arnaldo Faria de Sá (PTB) - não
Baleia Rossi (PMDB) - sim
Beto Mansur (PRB) - sim
Bruna Furlan (PSDB) - sim
Capitão Augusto (PR) - não
Carlos Sampaio (PSDB) - não
Carlos Zarattini (PT) - não
Celso Russomanno (PRB) - sim
Dr. Sinval Malheiros (Pode) - sim
Eduardo Bolsonaro (PSC) - não
Eduardo Cury (PSDB) - não
Eli Corrêa Filho (DEM) - sim
Evandro Gussi (PV) - sim
Fausto Pinato (PP) - sim
Flavinho (PSB) - não
Gilberto Nascimento (PSC) - sim
Goulart (PSD) - sim
Guilherme Mussi (PP) - sim
Herculano Passos (PSD) - sim
Ivan Valente (Psol) - não
Izaque Silva (PSDB) - não
Jefferson Campos (PSD) - não
João Paulo Papa (PSDB) - não
Jorge Tadeu Mudalen (DEM) - simJosé Mentor (PT) - não
Keiko Ota (PSB) - não
Lobbe Neto (PSDB) - não
Luiz Lauro Filho (PSB) - não
Luiza Erundina (Psol) - não
Major Olimpio (SD) - não
Mara Gabrilli (PSDB) - ausente
Marcelo Aguiar (DEM) - sim
Marcelo Squassoni (PRB) - sim
Marcio Alvino (PR) - sim
Miguel Haddad (PSDB) - não
Miguel Lombardi (PR) - sim
Milton Monti (PR) - sim
Missionário José Olimpio (DEM) - sim
Nelson Marquezelli (PTB) - sim
Nilto Tatto (PT) - não
Orlando Silva (PCdoB) - não
Paulo Freire (PR) - ausente
Paulo Maluf (PP) - sim
Paulo Pereira da Silva (SD) - sim
Paulo Teixeira (PT) - não
Pollyana Gama (PPS) - não
Pr. Marco Feliciano (PSC) - sim
Renata Abreu (Pode) - não
Ricardo Izar (PP) - sim
Ricardo Tripoli (PSDB) - não
Roberto Alves (PRB) - sim
Roberto de Lucena (PV) - sim
Roberto Freire (PPS) - não
Sérgio Reis (PRB) - não
Silvio Torres (PSDB) - não
Tiririca (PR) - não
Valmir Prascidelli (PT) - não
Vanderlei Macris (PSDB) - não
Vicente Candido (PT) - não
Vicentinho (PT) - não
Vinicius Carvalho (PRB) - sim
Vitor Lippi (PSDB) - não
Walter Ihoshi (PSD) - sim