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  • Da redação - Com agências

STJ reduz pena de Elize Matsunaga, que matou e esquartejou o marido. Ele trouxe amante, pivô do crim


A bacharel em Direito, Elize Matsunaga, que matou e esquartejou o marido, empresário Marcos Kitano Matsunaga, teve a pena reduzida de para 16 anos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O bárbaro crime aconteceu em 2012. Elize cumpre pena na Penitenciária de Tremembé, de onde deve sair em 2028.

Marcos era herdeiro da empresa de alimentos Yoki, cuja filial em Marília foi fechada em 2016. E foi na unidade em Marília que o empresário trouxe a amante e pivô do crime (veja abaixo), onde a apresentou como cliente e compradora de produtos da Yoki.

Elize relatou que baleou a cabeça do empresário para se defender depois de ter sido agredida por ele. O cadáver foi cortado e as partes espalhadas em sacos na mata.

Mas, a defesa de Elize disse ao STJ que esse benefício da atenuante de confissão não foi considerado em 2016, quando ela foi condenada pela Justiça paulista a 19 anos, 11 meses e um dia por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Posteriormente, a pena foi recalculada pelo tempo dela na prisão e trabalhos realizados lá dentro. De acordo com o STJ, ela tinha diminuído para 18 anos e 9 meses de prisão e foi reduzida em 2 anos e 6 meses pela 5ª Turma.

“Nos termos do artigo 200 do Código de Processo Penal, a confissão é cindível, e cabe ao magistrado fazer a filtragem da narrativa apresentada, excluindo as alegações não confirmadas pelos demais elementos probatórios e, no caso destes autos, as que não foram acolhidas pelos jurados”, apontou o ministro Jorge Mussi na sua decisão.

A AMANTE

Detetive particular fotografou e filmou Marcos a amante, presenteada com veículo de R$ 80 mil, em 2012

O depoimento da amante e pivô do assassinato de Marcos Matsunaga, durante as investigações em 2012, atrapalharam a estratégia da defesa de alegar que ela agiu por impulso num momento de intensa emoção.

Ouvida pela polícia, a garota de programa de 23 anos, identificada apenas como Natália, relatou que o empresário dizia ter medo do que Elize poderia fazer contra ele. Segundo Natália, que usava o codinome Lara quando anunciava seus serviços num site de garotas de programa, Marcos chegou a afirmar que Elize estava passando por um tratamento psicológico em função de um trauma de infância.

Natália prestou depoimento ao delegado responsável pela investigação do assassinato e esquartejamento do corpo de Marcos Matsunaga, Mauro Dias, na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no último dia 08. Segundo seu depoimento, Marcos disse a ela que o reverendo Renê Götz, da Igreja Anglicana que o casal frequentava, havia aconselhado o empresário a procurar atendimento psicológico, porque a esposa “não estava bem psicologicamente”. Segundo ela, Marcos dizia que pretendia se separar de Elize e deixar a filha do casal, de um ano de idade, sob a guarda da mãe.

imagens do vídeo produzido pelo detetive contratado por Elize


Apesar do teor das revelações, que indicam que o casamento atravessava turbulências já há algum tempo e enfraquecem a tese de crime puramente passional, a polícia não pretende tomar novos depoimentos e considera a investigação encerrada. São aguardados apenas os resultados dos exames periciais e laudo do Instituto Médico Legal (IML) para que o inquérito seja encaminhado, provavelmente até o final da semana que vem, ao Ministério Público.

Quartos seprados – A garota de programa, também deu detalhes de seu relacionamento com o empresário. Ela disse que Marcos telefonava e mandava “mais de dez mensagens por dia”. As mensagens, segundo ela, eram enviadas inclusive quando Marcos estava em casa. Ele teria dito à amante que há mais de um mês já não dormia no mesmo quarto da esposa.

Natáila anunciava seus serviços como protistuta no mesmo site que era usado por Elize antes de se casar com Marcos. Foi por esse caminho que ela e o empresário se conheceram, no dia 13 de fevereiro deste ano. E passou a se encontrar semanalmente com ele, sempre às 14 horas, no flat onde ela mora. Pelo serviço, Marcos Matsunaga pagava à acompanhante a quantia de 4 mil reais mensais.

Marcos ocupava cada vez mais o tempo de Natália, segundo ela, de forma que ela passou a ter dificuldades para atender a outros clientes. Ela comentou à polícia que Marcos era muito carente e contava muita coisa sobre ele, seu trabalho e seu relacionamento com Elize. Passaram a almoçar e a jantar juntos e, durante as conversas, Marcos relatou à amante que seu casamento não ia bem.

Ele, informou Natália à polícia, chegou a mostrar marcas de arranhões no braço feitas por Elize durante uma das brigas. Marcos relatou a Natália, segundo ela, que Elize implicava com a outra filha que ele tinha, fruto do primeiro casamento.

Em duas oportunidades, Natália diz ter viajado com o empresário. Em abril, Marcos e Natália passaram dois dias passeando em Montevidéu, no Uruguai. No início deste mês, Marcos a levou para conhecer uma fábrica da Yoki, em Marília, no interior de São Paulo. Na fábrica, ela foi apresentada como uma cliente, compradora de amendoins.

Exclusividade – Também no início de abril, Marcos e Natália fecharam um acordo para que ela tirasse as fotos do site em que anunciava seus serviços, e ficasse exclusivamente com ele. Para isso, o empresário pagaria a ela uma mesada de 27 mil reais. A primeira parcela foi paga no dia 04 de abril, data em que as fotos sensuais foram suprimidas do site. Marcos também presenteou a amante com uma caminhonete Mitsubishi Pajero TR-4, o mesmo modelo de veículo que havia dado a Elize, avaliado em cerca de 80 mil reais.

A partir daí, contou Natália em seu depoimento, Marcos passou a procura-la com mais frequência, chegando a passar nove horas seguidas com ela. O empresaário evitava chegar cedo em casa para não se envolver em briga com Elize, contou. Apesar de todas as demonstrações financeiras de apreço dadas pelo empresário, Natália disse que não pretendia se envolver definitivamente com ele. Ela teria chegado a aconselhar Marcos a não se separar de Elize, com medo de perder a privacidade.






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