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Mansão de magnata do falido Banco Santos é vendida por R$ 27, 5 milhões em leilão. Ipremm perdeu mil

  • Da redação
  • 20 de fev. de 2020
  • 3 min de leitura

A mansão do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, avaliada em cerca de R$ 80 milhões, foi arrematada em leilão pelo valor de R$ 27,5 milhões. O imóvel faz parte da massa falida do Banco Santos, que sofreu uma intervenção do Banco Central em 2014 depois de um rombo bilionário.

Uma das "vítimas" do fraudulento Banco Santos foi o Instituto de Previdência do Município de Marília (Ipremm).

Em meados de 2008, o Ipremm, sob a presidência de Nilma de Oliveira Luiz (na gestão de Mário Bulgareli) depositou cerca de R$ 300 mil num dos fundos de investimentos do Banco Santos. Com a falência do banco, o Instituto perdeu tudo (cerca de R$ 3,5 milhões em valores atuais).

“À época, éramos orientados pela empresa de consultoria financeira, Di Matteo, de Rio Claro (SP), que também monitorava as reações financeiras de mercado. Nós avaliávamos a aplicação e passávamos ao Conselho de Administração, que deliberava e encaminhava para a aprovação da presidência do Ipremm”, disse o então diretor do órgão, Nelson Rodrigues de Mello, em depoimento à CPI do Ipremm, na Câmara Municipal, em novembro de 2017.

O LEILÃO DA MANSÃO DO EX-BANQUEIRO

A mansão de Edemar Cid Ferreira foi arrematada pelo lance vencedor, o qual foi maior que o mínimo estipulado, de R$ 10 milhões, mas bem abaixo da avaliação de valor do imóvel, que é de R$ 78 milhões. A residência fica no bairro do Morumbi, na Zona Sul da capital paulista, e é uma das maiores mansões da cidade.

Este foi o quarto leilão realizado para a mansão. O terceiro ocorreu em outubro de 2019, com uma proposta vencedora de R$ 9 milhões, que não agradou aos credores.

A casa tem 8 mil metros quadrados de área construída, custo com manutenção de R$ 1 milhão por ano, e foi projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake com paisagismo de Burle Marx.

Entre as curiosidades do imóvel estão uma mesa de 24 lugares feita em mogno no século 19, na Inglaterra, avaliada em mais de R$ 100 mil, a parede da sala de jantar revestida em ouro e um elevador exclusivo para transporte de comida até os quartos no segundo pavimento.

Edemar Cid Ferreira foi despejado da mansão em 2011 e o imóvel entrou como massa falida do Banco Santos S/A.

Antes do resultado, o juiz da segunda vara de falências, Paulo Furtado de Oliveira Filho, que cuida deste processo, afirmou que esperava que o leilão fosse o definitivo para conseguir arrematar a casa.

"Infelizmente não será possível pagar o total da dívida, mas o fato de já terem sido pagos mais de R$ 1,7 bilhão significa dizer que essa falência é um processo de sucesso. Em muitas falências não são feitas sequer o pagamento de 20% do valor devido e, nesse caso, nós já conseguimos pagar mais de 50%. Já foram feitos mais de cinco rateios", explicou o juiz.

"Já foram leiloados vários imóveis, alguns deles comerciais, na Marginal Pinheiros, obras de arte no exterior e no Brasil, e outros bens da massa falida. Agora é necessário fazer a venda deste imóvel e da carteira de créditos do banco", continuou.

Pedro Amorim, advogado e diretor da D1Lance.com Leilões, empresa responsável pelo leilão da mansão, comenta que, "embora a casa tenha uma simbologia muito relevante, não existe nada na matrícula do imóvel que impeça sua utilização para outro tipo de empreendimento, desde que residencial. Tecnicamente ela pode ser demolida".

O Banco Santos faliu no ano de 2005. No ano seguinte, Edemar Cid Ferreira foi preso, depois solto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e responde em liberdade por gestão fraudulenta de instituição financeira. Ele era colecionador de obras de arte e na casa que está em leilão tinham obras de Brecheret, Basquiat e Portinari, todas já leiloadas, assim como 5 mil garrafas que compunham a adega da casa.

O administrador da massa falida, Vânio Aguiar, falou dos bens que ainda serão leiloados. "A expectativa é muito grande porque os interessados já estão em número de 11, já tem um depósito nos próprios autos de R$ 13 milhões, e acreditamos que vai acima de R$ 20 milhões esse leilão - a casa, a carteira de créditos, e algumas obras de arte que estão em museus", disse.










 
 
 

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