"Preciso de ajuda". O pedido é de E. M, uma dona de casa de 45 anos de idade, que mora em um bairro popular na Zona Norte de Marília. "Publiquem toda a minha história", pediu ela, durante entrevista virtual na noite desta quarta-feira (29). M. autorizou o JP a publicar seu nome completo e foto, mas editoria do Jornal decidiu apenas por iniciais de seu nome completo e foto desfocada.
Divorciada e mãe de um filho, já casado, E. M. postou um comentário no Whatsapp do JP logo na sequência da publicação de uma matéria sobre o suicídio de um rapaz na mesma região onde ela reside.
"Eu já tentei o suicídio com remédios pra depressão várias vezes e não deram certo", postou ela. A mensagem chamou a atenção da editoria do Jornal e em seguida houve a entrevista.
M. relatou que, além dos remédios antidepressivos, planejou dar cabo à própria vida por enforcamento.
"A primeira vez, há cerca de cinco anos, foram várias cartelas de Clonazepan, Sertralina e Àcido Valproico. A segunda vez tomei todos remédios para diabetes da minha mãe que hoje é falecida", contou E.
Relatou também que comprou uma escada metálica grande em uma loja próxima ao Terminal Urbano e pegou amarras, com a intenção de se matar. "Mas meu filho viu e tomou de mim", lembrou.
"Agora eu tenho veneno em casa, mas tô lutando muito para não tirar minha vida, mas tá difícil", relatou E. M, que mencionou que faz tratamento psiquiátrico há mais de dez anos No Ambulatório de Saúde Mental, com várias internações.
PARTE DOS RELATOS NAS PALAVRAS DELA MESMA:
"Primeiro tive infecção hospitalar generalizada na Cesária a 30 anos atrás quando tive meu filho fiquei na UTI dez dias em coma e dois meses no quarto foi tudo muito sofrido. Segundo trauma o divórcio depois de 20 anos de casada fiquei sozinha desamparada já com depressão e várias internações psiquiátricas e devido não ter água nem luz minha casa pegou fogo por uso de vela ficou interditada pela defesa Civil sem condições de moradia Foram dez internações psiquiátricas e faço tratamento com psiquiatra a mais de dez anos no ambulatório de saúde mental sem muitos resultados O SUS não oferece tratamentos alternativos como terapias ocupacionais e cognitivos que eu preciso Já tentei o suicídio com calmantes Clonazepan Sertralina e Ácido Valproico Depois com remédios pra diabetes da minha falecida mãe mãe. Quase morri tive que fazer lavagem estomacal e ficar três dias tomando glicose A terceira vez comprei uma escada enorme e um estirante pra me enforcar meu filho percebeu e levou embora; Consegui veneno mas não vou falar como. Estou lutando pra não tirar a vida mais tá difícil insuportável essa dor na alma Descobri que sou portadora de hepatite c crônica depois do divórcio pq tomei sangue contaminado na década de 90. Faço tratamento a mais de dez anos com especialista e fiz biópsia do fígado muito sofrida e traumática também. O médico falou p voltar em 2021 pra ver se me dá alta; Depois de tudo isso tive uma recaída drástica de depressão fiquei internada no hospital psiquiátrico em Garça. Tudo porque não suportei a dor de ver meu pai morrendo de câncer na minha frente. Depois de dez meses vi meu irmão caçula morrer por negligência médica de apenas 39 anos. Depois de uma ano encontrei minha mãe morta na cama eu estava sozinha e fiquei em choque. Ela teve tromboembolia pulmonar morreu na hora. Foi um velório atrás do outro das pessoas que eu mais amava na minha vida; Estou com depressão profunda e ansiedade generalizada só vivo trancada no escuro não saio de casa não tenho convívio social. Tenho um filho casado e uma nora maravilhosa que lutam por mim. Mas perdi a vontade de viver. Todo dia é uma luta constante que me tortura se eu tomo o chumbinho ou não. Não tenho mais vontade de viver não tenho mais sonhos. Sou protetora voluntária dos animais e amo a Deus acima de tudo.
Mas as vezes fraquejamos diante de tanto sofrimento. Vivo sozinha a mais de doze anos e não tenho companhia humana. Gostaria que divulguem meu nome é minha foto pois preciso de ajuda".
