Torre de Babel. Esta a a melhor definição sobre a confusão formada com as falas e reuniões do prefeito Daniel Alonso (PSDB) e representantes de igrejas, em Marília, em relação as atividades deste segmento.
Cerca de um mês após decretar a quarentena em Marília, Alonso se reuniu informalmente com cerca de 70 pastores e representantes de igrejas evangélicas na sede da Igreja Avivamento da Fé, na Zona Norte da cidade. A reunião foi na manhã do sábado (25 de abril).
Ao final da reunião, conforme entrevistas de participantes do encontro, o prefeito autorizou as igrejas a fazerem "pequenas reuniões", com algumas medidas sanitárias, como distanciamento de dois metros entre os membros das igrejas, disponibilização de álcool em gel e uso (não obrigatório) de máscaras de proteção facial.
Alguns pastores anunciaram nas redes sociais a volta dos cultos. Na própria igreja onde foi realizada a reunião houve atividades, com a Polícia Militar sendo acionada.
Na manhã do dia seguinte, o prefeito concedeu entrevista negando que tivesse autorizado cultos e missas. "Eu insisto que cultos e missas devem continuar sendo realizados online", afirmou.
Após o rolo, as igrejas, mais especificamente as evangélicas, decidiram não realizar atividades presenciais.
REUNIÃO NO GABINETE
No dia 3 passado, o prefeito realizou uma nova reunião em seu gabinete com representantes de igrejas evangélicas e católicas, para "definir a situação".
Ao final do encontro, que durou cerca de três horas, chegou-se ao consenso que as igrejas poderiam realizar atividades presenciais a partir do dia 14, seguindo das normas sanitárias da pandemia do coronavírus. Naquela semana, Alonso havia ampliado a flexibilização da quarentena em Marília, autorizando a reabertura de restaurantes, bares, salões de beleza e academias, além de 6 horas seguidas no comércio.. Tudo indicava que as igrejas entrariam nesse "pacote".
Mas, dois dias depois, o Tribunal de Justiça mandou o prefeito obedecer as regras do Governo do Estado (fase 2) que não permitia essas reaberturas. Com isso, a questão das igrejas voltou á estaca zero, de novo, sem definição.
ENTREVISTA AO VIVO
Durante entrevista ao vivo na tarde desta terça-feira (16), Alonso disse que as igrejas "não estão proibidas de abrir suas portas" em Marília, quer seja pelo decreto do Governo do Estado ou pelo decreto municipal sobre as normas de flexibilização. "Desde que sigam as normas sanitárias", reafirmou Alonso.
Após esta fala, a assessoria do prefeito deu uma nova interpretação, não oficial, informando que os atendimentos nas igrejas só podem ser feitos de forma individual.
OFÍCIO NO GANHA TEMPO
Na manhã desta quarta-feira (17), representantes de uma grande denominação evangélica em Marília protocolou um ofício no Ganha Tempo questionando o prefeito Daniel Alonso sobre quais as normas definidas para as igrejas aqui na cidade, em relação à flexibilização da quarentena e normas de prevenção e proteção ao coronavírus.
No documento, segundo apurou o JP, constam questionamentos como dias e horários eventualmente autorizados para atividades presenciais e quais as regras, tipo limite de lotação, presença de crianças e idosos acima de 60 anos e outros.
Os representantes da denominação querem ter em mãos, caso recebam as respostas, um documento formal nesse sentido para que possam desenvolver suas atividades com plena segurança, em todos os sentidos.
TORRE DE BABEL
A Torre de Babel, segundo Gênesis 11:1-9 é um mito de origem usado para explicar as diferentes línguas faladas no mundo.
De acordo com a história, a humanidade era uniforme nas gerações seguintes ao Grande Dilúvio, falando um único idioma e migrando para o oriente, vai para a terra de Shinar.
Nesse local combinam construir uma cidade e uma torre, alta o suficiente para alcançar o céu. Observando a cidade e a torre, Deus mistura suas vozes para que eles não possam entender uns aos outros e os dispersa por todo o mundo.
