O candidato a prefeito de Marília pelo PDT, Adão Brito, pretende, caso eleito, criar mecanismos para reduzir os salários dele próprio, do vice-prefeito e dos vereadores e assessores parlamentares.
"Político que quer realmente trabalhar pela cidade não pode ter interesse em salário. O prefeito e vereadores têm outra ocupação, não podem viver da política. E se reduzir os salários, aí sim a gente vai ver quem realmente quer trabalhar pela cidade. Isso iria separar o joio do trigo", disse ele ao JP.
Brito entende que o salário de prefeito em Marília (atualmente na casa dos R$ 16 mil) deveria ser de R$ 5 mil. "Igual aquele prefeito de Colatina. Tá bom, porque o prefeito pode fazer outras coisas, também". O salário do vice-prefeito seria em torno de R$ 3 mil. Hoje, o vice (Tato Ambrósio) ganha quase R$ 134 mil e nem aparece na Prefeitura. Os salários dos vereadores ficariam na casa dos R$ 2,7 mil. O candidato estende a proposta de redução até para os assessores parlamentares da Câmara. "Hoje eles ganham uns quatro mil reais. Deveria diminuir para uns dois mil e os salários dos comissionados da Prefeitura também. Muitos lá ganham mais de R$ 5 mil e isso deveria ser reduzido para uns dois mil reais".
O pedetista justifica a economia com a redução de salários dos políticos locais: "daria para ajudar a reduzir o rombo do Ipremm e investir em obras como reciclagem de lixo e produção de água. Em um mandato de quatro anos seriam milhões economizados e transformados em investimentos para a população".
CADA VEREADOR CUSTA MAIS DE R$ 4 MILHÕES
A atual legislatura (2017-2020) da Câmara de Marília já custou mais de R$ 55 milhões aos cofres públicos, conforme dados do Portal da Transparência do próprio Legislativo.
O valor é referente à soma dos repasses anuais do Executivo ao Legislativo, deduzidas as devoluções de duodécimos, dividido por 13, o número de cadeiras da atual legislatura.
Assim, o custo do Poder Legislativo para o município é equivalente a pouco mais de R$ 4 milhões por vereador em valores totais, referente à soma de toda estrutura legislativa, mais os salários.
Esta metodologia de análise de números e cifras é a mesma aplicada pelo Portal Transparência Brasil – principal Organização Não-Governamental (ONG) de combate à corrupção no país – por ocasião da pesquisa sobre o custo total da atividade parlamentar, seja em câmaras, assembleias ou no Congresso Nacional.