
J. POVO- MARÍLIA
AGRESSÕES NO P.A SUL: Câmara decide hoje se investiga ou abafa denúncias contra o vereador Féfin

A Câmara de Marília decide hoje (12), se vai investigar as denúncias de agressões físicas e verbais do vereador agente Júnior Féfin (PSL) contra profissionais do Pronto Atendimento da Zona Sul (P.A Sul) ou se vai empurrar o escândalo que revoltou também a população para baixo do tapete.
A decisão está nas mãos (e nas bocas – ao responderem sim ou não) de doze vereadores e do cabo PM Luciano Fontana (suplente de Féfin) convocado para esta votação, já que o alvo (Féfin) do pedido de Comissão Processante com consequente cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar não pode votar, conforme determina o Regimento Interno.
Além de servidores públicos em geral e do setor de saúde, principalmente, a população vem manifestando nas redes sociais repúdio contra a atitude do vereador e indignação pelo que consideram desrespeito e covardia contra profissionais do P.A Sul que, assim como milhares de profissionais da área, vêm trabalhando de forma árdua, superando desafios e limites para salvar vidas na linha de frente do combate à pandemia da Covid-19.
A sessão camarária começará as 16h e a leitura do documento protocolado na semana passada na Câmara, assinado por mais de 30 profissionais do P.A Sul, será o primeiro ato formal dos trabalhos em plenário, após o chamado Pequeno Expediente. Em seguida, haverá a votação nominal para decidir sobre a abertura ou não da Comissão Processante. São necessários ao menos sete votos para instauração da C.P.
O ato marcará posição dos vereadores, especialmente dos novatos, sobre as questões dos servidores públicos municipais, principalmente dos que atuam na área da Saúde e arduamente na linha de frente do combate à pandemia da Covid-19.
A categoria está de olho em vereadores como Danilo da Saúde (PSB) e professora Daniela Alves (PL), que são servidores municipais efetivos e foram eleitos com as bandeiras de “defensores” da categoria.
O que mais revoltou os servidores foram, além das agressões físicas de verbais como descritas nas denúncias, o fato do vereador ter acusado os profissionais do P.A "que estariam matando dez pessoas por dia", que o local estava "uma bagunça" e "havia medicamentos vencidos". O P.A Sul possui farmacêutico responsável pelo controle do estoque e validade dos medicamentos.
Os profissionais se revoltaram ainda com o fato do vereador ter tentado entrar à força em área restrita a pacientes da Covid, "colocando em risco, inclusive, a vida de pacientes intubados".
PARECER E SEGURANÇA JURÍDICA

A Procuradoria Jurídica da Câmara de Marília emitiu parecer favorável à abertura de Comissão Processante para cassação do mandato do vereador agente federal Jr. Féfin por quebra de decoro parlamentar. O documento garante segurança jurídica para votação dos vereadores no plenário do Legislativo sobre o pedido de instauração da Comissão Processante.
RISCOS E ELEVAÇÃO DO ESTRESSE
A invasão do vereador agente Féfin e terrorismo (conforme relataram profissionais que atuam no local) causado por ele no P.A Sul, em plena manhã do último dia 1°, além dos sérios riscos à integridade e intimidade dos pacientes (já que o vereador pretendia fazer fotos e filmagens de áreas restritas para tratamento da Covid), elevou o nível de estresse já vivido no ambiente por conta da sobrecarga de trabalho dos profissionais por conta da pandemia.
ENFERMEIRA REGISTROU AGRESSÕES NA POLÍCIA
A enfermeira-chefe do Pronto Atendimento (P.A) da Zona Sul, em Marília, Maria Ângela Rodrigues de Almeida Souza, registrou um Boletim de Ocorrência na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Marília, contra o vereador Féfin, após o episódio.
