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Por Adilson de Lucca

Após decisão judicial, garoto com problema no coração consegue vaga em hospital de S.J do Rio Preto


Dois dias após decisão judicial do Fórum de Marília que obrigou o Estado a arrumar vaga para um garoto de 9 anos em hospital público ou conveniado com referência em cardiologia infantil, sob pena de multa diária de R$ 1 mil por descumprimento da decisão, a a Central de Regulação de Ofertas de Serviços da Saúde (Cross), entrou em contato com a mãe do menino na tarde desta quinta-feira (14) e comunicou a reserva de uma vaga em um hospital em São José do Rio Preto (189 quilômetros de Marília).

O garoto deve ser transferido do Hospital Materno Infantil, onde está internado desde o dia 22 de agosto para o hospital em São José do Rio Preto no início da tarde desta sexta-feira (15). Ele deve ser submetido a exames e avalição médica sobre necessidade e possibilidade de transplante de coração.

O menino também sofre de Epidermólise Bolhosa (doença genética e hereditária rara, que provoca a formação de bolhas na pele por conta de mínimos atritos ou traumas - pele solta- e se manifesta já no nascimento).

FALSOS DIAGNÓSTICOS

A mãe do menino, Sara Jeniffer, de 33 anos, que está desempregada e mora só com o filho no Distrito de Dirceu, disse ao JORNAL DO POVO que o garoto, que é autista, começou a apresentar sintomas queixando-se de dores na região do peito e costas no dia 9 de agosto.

"Levei ele na UPA da zona norte e disseram que era dor muscular. Voltamos para casa e os sintomas continuaram, aumentando com refluxos e tosse. Dois dias depois voltamos na UPA, fizeram exames e constataram água nos pulmões dele. Então, diagnosticaram como pneumonia e encaminharam ele para o Hospital Materno Infantil, onde ficou internado por cinco dias tratando de pneumonia, sem estar com a doença", explicou a mãe.

Ela disse que como o garoto começou a apresentar inchaço, foram feitos novos exames e constataram insuficiência cardíaca grave e miocardiopatia dilatada. "As dores e a tosse eram por conta do coração fraco, que exigia esforços", explicou a mãe do menino.

Ela afirmou que o menino foi inserido na Central Cross no dia 30 de agosto. Como os dias foram passando e não havia definição sobre vaga em hospital especializado, recorreu à Defensoria Pública Estadual e posteriormente, com apoio de uma advogada amiga de parentes, ajuizou ação judicial com pedido de liminar para conseguir a vaga.

Sara agradeceu a equipe de profissionais do Hospital Materno Infantil pela atenção durante a internação de seu filho. "Muito atenciosos e atendimento com carinho. Sou grata a todos".

Lamentou a demora no diagnóstico após a primeira ida à UPA da zona norte. "Se tivessem feito os exames de imediato, certamente haveria menos sofrimento", avaliou.

DECISÃO JUDICIAL

A liminar obrigando o Estado a arrumar vaga para o garoto, sob pena de multa, foi concedida pela juíza Thaís Feguri Krizanowisk Farinelli, da Vara da Criança e do Adolescente do Fórum de Marília. "Os documentos indicam perigo de dano... O direito à saúde é norma constitucional de eficácia plena, além de direito social previsto na Constituição Federal, de natureza fundamental", citou o despacho da juíza.




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