Em compasso de espera para definição da Prefeitura de Marília sobre o destino da categoria, camelôs que atuam na via-férrea, no centro de Marília, miram o chamado "prédio do Zuza", na Rua 9 de Julho quase esquina com a Rua 4 de Abril, como opção de transferência após desocupação da área da concessionária Rumo Logística.
Em audiência na Vara da Fazenda Pública, em agosto passado, o prefeito Vinicius Camarinha (PSDB) e procuradores jurídicos da Prefeitura apresentaram o prédio da Galeria Atenas (próximo ao camelódromo) como destino dos camelôs da via-férrea.
A intenção do prefeito era alugar o referido prédio para realocar os cerca de 40 camelôs em atividades na via-férrea. Foi isso que ficou acordado na audiência judicial e a expectativa era que o imbróglio estaria resolvido em até dois meses.
Entretanto, as negociações para aluguel da Galeria Atenas travaram após uma das donas do imóvel, Deise Alonso (Grupo Faip) não concordar com a locação do prédio e priorizar instalação de cursos técnicos no local.
Diante disso, representantes dos camelôs contrataram um arquiteto e criaram um projeto para realocação deles na área em frente a antiga estação ferroviária (logo após o camelódromo do Terminal Urbano), estendendo até uma parte de rua de paralelepípedos na saída para a Avenida Brasil.
O referido projeto foi entregue no gabinete do prefeito. Mas, pelo que apurou o JORNAL DO POVO, esta opção está descartada pela Prefeitura.
Em meio à indefinição sobre qual será o destino da categoria até o final de dezembro próximo (prazo dado pela Justiça para desocupação da área), camelôs estão de olho no "prédio do Zuza" (imóvel pertencente ao ex-deputado Zuza).
MANIFESTAÇÃO NA PREFEITURA
Representantes dos camelôs da via-férrea estão organizando uma manifestação em frente a Prefeitura. O objetivo é pressionar para uma solução "mais rápida" do problema criado com a ordem de desocupação da área.
PRAZO
Na semana passada, o advogado Jefferson Luiz Rodrigues, que representa os camelôs, participou de uma reunião no gabinete da Prefeitura. Segundo ele, o Executivo pediu prazo de dez dias para solução do problema.
Rodrigues disse ao JORNAL DO POVO que há duas opções na mesa de negociação: realocação dos cerca de 40 camelôs que ainda atuam no local (esse número chegou a cerca de 105 durante o processo de ocupação da área) em outra área "interessante para eles" ou pagamento de indenização.
O advogado entende que um valor em torno de R$ 15 mil de indenização para cada proprietário de box sobre a via-férrea seria aceitável. "Como eu disse, são cerca de 40 camelôs nesta situação, exercendo função social na área ocupada", observou. "Uma ação mais rápida e efetiva da Prefeitura", concluiu.
O advogado ressaltou que, qualquer proposta da Prefeitura será submetida à aceitação dos camelôs.
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