Campeão olímpico na Rio 2016 e medalha de bronze em Tóquio 2020, o mariliense saltador Thiago Braz foi suspenso provisoriamente pela Athletics Integrity Unit (Unidade de Integridade do Atletismo). A suspensão pode ser de até quatro anos. Thiago testou positivo para ostarina, droga utilizada para o aumento de massa muscular. As informações foram dadas pela agência AP.
Ney Wilson comenta o caso de doping de Thiago Braz - Uma suspensão provisória é quando um atleta ou outra pessoa é temporariamente suspensa de participar de qualquer competição ou atividade no atletismo antes de uma decisão final em uma audiência conduzida de acordo com as regras antidoping do atletismo mundial ou o código de conduta de integridade - informou a Athletics Integrity Unit por meio de nota. Ostarina é a mesma substância que custou à equipe masculina britânica de revezamento 4x100 metros uma medalha de prata nos Jogos de Tóquio, depois que Chijindu Ujah testou positivo. A jogadora de vôlei Tandara também foi suspensa por quatro anos pelo uso da mesma substância. A Athletics Integrity Unit, que é um órgão autônomo e separado da World Athletics (Federação Internacional de Atletismo), não divulgou quando o exame positivo em Thiago foi realizado. A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) foi notificada na tarde desta sexta e encaminhou o caso à sua Autoridade de Gestão de Resultados. O julgamento do atleta será feito pela própria Athletics Integrity Unit. Com a notificação, a suspensão provisória de Thiago já está valendo. A CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) informou que ainda não foi notificada sobre a punição ao saltador. Thiago Braz tem 29 anos e é um dos principais nomes do salto com vara no mundo. Além das duas medalhas olímpicas, ele tem uma prata no Mundial de Atletismo Inddor de Belgrado 2022. No último dia 16 de julho, ele competiu na etapa de Silésia (Polônia) da Diamond League e parou no sarrafo de 5.71m, terminando em sexto.
Thiago procura advogado de defesa Tão logo soube da notícia, Thiago Braz procurou o advogado Marcelo Franklin para fazer a sua defesa. Procurado pelo ge, o profissional afirmou que ainda não pode falar sobre o caso. Especialista em casos de doping e direito esportivo, Franklin se notabilizou por defender Cesar Cielo de um caso de doping em 2011. Ele também foi o responsável por defender os atletas Etiene Medeiros (natação), Ana Cláudia Lemos (atletismo) e Petrúcio Ferreira (atletismo paralímpico), garantindo a participação dos três na Rio 2016. Sobre a Ostarina A ostarina é uma substância que influencia diretamente nos receptores ligados aos hormônios androgênicos, em especial a testosterona. A substância tem ação anabolizante, aumenta a massa muscular, a força e a performance. É uma classe nova de medicamentos, não aprovada pela FDA. É da classe dos SARMS, sigla para moduladores específicos de receptores androgênicos (selective androgen receptor modulators). Não é um medicamento de simples acesso em farmácias. Para o uso de ostarina é preciso de uma prescrição médica para a manipulação. Está sendo estudada para tratamento de sarcopenia, que é a perda de massa muscular que acontece principalmente com a idade. Mas não é recomendado para atletas porque é doping. Ainda não há estudos suficientes para definir quanto tempo demora para sair do organismo, mas é possível que os exames antidoping detectem com até 30 dias desde o uso.
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