A Câmara de Marília deve votar na sessão desta segunda-feira (16), mais dois pedidos de abertura de Comissão Processante contra o prefeito Daniel Alonso (em partido). Em cerca de dois meses, são seis matérias com esta finalidade que entram na pauta das sessões camarárias. Todas de um mesmo autor: o catador de recicláveis Ademar Aparecido de Jesus, o Dema, residente na zona norte da cidade.
Dema está em pé de guerra com a Prefeitura por conta do rolo com pedido judicial de desocupação de boxes do camelódromo instalado às margens da via férrea da concessionária Rumo Logística, no centro de Marília.
DENÚNCIAS
Nas justificativas dos pedidos protocolados na semana passada e que deverão ser votados hoje, constam denúncias de suposto pagamento indevido de aluguel de imóvel da USF (Unidade de Saúde da Família) do Jardim Marília, zona oeste e suposto favorecimento da empresa Eco Forte Engenharia Ltda em processo licitatório. Conforme o documento, a empresa venceu a licitação para construção do Espaço Saúde no Jardim Cavallari, na zona oeste, oferecendo o menor valor, porém, com os aditivos (aumentos em relação à proposta original) pagos posteriormente a mesma receberia aproximadamente R$ 1,2 milhão, mais do que a quarta colocada na concorrência. Após a assinatura do contrato, mesmo antes do início das obras, houve um aditivo de R$ 107 mil e em seguida outro aditivo de mais R$ 126 mil.
Constam ainda denúncias de outros 17 aditivos em contratos de obras e serviços da Prefeitura. O instrumento de termos de aditivos em contratos públicos é previsto na legislação, mas segundo o denunciante, estaria havendo abusos e a exceção virou regra contumaz.
Após a leitura dos documentos protocolados, os vereadores votarão pela abertura ou não das Comissões Processantes. São necessários sete votos (maioria simples) para abertura das CPs.
Mas, pelos resultados das votações anteriores, o placar de hoje é bastante previsível: os pedidos serão rejeitados com 10 votos contrários, dois favoráveis (Eduardo Nascimento e Júnior Féfin) e um vereador ausente do plenário no momento das votações (Danilo da Saúde).
Ironicamente, é possível que o catador de recicláveis autor dos pedidos de CPs os encontre em algum tambor de lixo.
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