Leonardo Sasazaki, presidente da empresa, anunciou negociações com investidores
Após a reunião realizada na sexta-feira (20) no clube de campo do Sindicato dos Metalúrgicos de Marília, os cerca de 300 trabalhadores da Indústria Sasazaki, com salário de setembro que venceu no dia 5 deste mês e o vale deste mês atrasados, seguem em casa (instrumento do banco de horas) e aguardam eventual concretização de negociação da direção da empresa com dois investidores.
A possibilidade de negociação com investidores foi revelada pelo presidente da empresa, Leonardo Sasazaki, em reunião com funcionários há cerca de dez dias. Ele previu que em cerca 15 dias as negociações estariam definidas. Ele pediu que os trabalhadores ficassem em casa a partir do último dia 5.
"A maioria dos trabalhadores decidiu fazer mais este sacrifício e aguardam por essas eventuais negociações", explicou ao JORNAL DO POVO o presidente do Sindicato, Irton Siqueira Torres.
Ele acredita que até o final deste mês a questão da eventual negociação este decidida. "Até lá, os trabalhadores dão mais uma chance à empresa", resumiu.
O sindicalista disse que, em relação ao banco de horas, a legalidade do instrumento será discutida com a direção da empresa após a definição do pagamento do salário atrasado.
"A regra do banco de horas define que a empresa pode usar esse instrumento, mas desde que mantenha o pagamento dos salários em dia", explicou Irton. Há funcionários que devem cerca de 400 horas ao longo de anos na empresa. A Sasazaki foi fundada há anos em Marília.
SITUAÇÃO CAÓTICA NA EMPRESA
Antes da reunião, o Sindicato recomendou aos funcionários "que decidirem jogar a toalha", fazerem rescisão indireta do contrato de trabalho com a empresa junto à Justiça do Trabalho. Nesse caso o trabalhador perde o direito ao aviso prévio. O sindicato disponibiliza assessoria jurídica para isso.
"Desta forma poderão buscar outras vagas de emprego. Peço à empresas, especialmente do setor metalúrgico, que contratem esses funcionários, com mão-de-obra especializada", disse Irton.
Um dia após o atraso de pagamento no dia 5, o Sindicato notificou a direção da Sasazaki sobre a possibilidade de greve dos funcionários. "Mas, como as máquinas estão paradas e a empresa sem produção, não faria sentido o instrumento da greve", observou o sindicalista.
A empresa já vinha atrasando pagamentos desde maio passado. "As vezes cinco dias, as vezes dez dias. Mas este mês não houve pagamento até hoje", explicou Irton.
"Enquanto houver uma luzinha no fim do túnel vamos continuar com a esperança de solução, mesmo que um milagre. Quero e preciso acreditar nisso. O sindicato acompanha a situação, só não tem como gerar dinheiro. Difícil que os trabalhadores entram em situação de falência junto com a empresa, sem condições de pagar suas contas e manter seus lares. Funcionários com 20 anos ou mais na empresa", afirmou Irton.
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