De acordo com a Delegada Luciana Claro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), as testemunhas desconsideraram a possibilidade do incêndio ter sido provocado por um dos vizinhos. A hipótese foi levantada pelo pai das crianças, que está preso preventivamente por abandono de incapaz, assim como a esposa dele.
Durante depoimento, o pai das crianças também citou um episódio anterior onde esse mesmo vizinho acusado pelo homem teria envenenado um de seus cães. Porém, os moradores ouvidos pela polícia também descartaram qualquer desentendimento entre o vizinho e o casal.
Na segunda-feira (9), a criança mais velha do casal passou por escuta especializada na delegacia e informou que o colchão do quarto onde elas estavam explodiu, porém, segundo a delegada, não ficou claro como isso teria acontecido.
A polícia ainda não teve acesso aos laudos que indicam a origem do incêndio. As investigações continuam.
O CASO
A tragédia aconteceu no dia 7 de junho, aniversário da criança mais velha, de 5 anos. Os pais tinham saído de casa para comprar um bolo de aniversário. O casal, que deixou sozinhos os três filhos, foi preso por abandono de incapaz durante a ocorrência.
Crianças sobreviventes foram socorridas para hospital e agora estão sob os cuidados de um abrigo.
O desfecho, porém, poderia ter sido ainda mais trágico se os pais tivessem demorado mais cinco minutos para retornar com os doces, relataram moradores das imediações. De acordo com eles, talvez nenhuma das crianças sobrevivesse à inalação da fumaça, como aconteceu com a mais nova.
A mãe saiu da residência com a bebê nos braços, aos gritos, assim que conseguiu abrir a porta da casa em chamas. A criança, desfalecida, chegou a ser reanimada pelos bombeiros, mas não resistiu, contaram vizinhos. De acordo com eles, os outros dois filhos estavam conscientes.
Ainda segundo relatos, o incêndio provavelmente começou no banheiro ou no quarto, onde havia objetos conectados a tomadas. Suspeita-se que houve derretimento de plástico, o que pode ter atingido o colchão. As crianças, que normalmente brincavam no quintal, estavam trancadas no imóvel e, provavelmente, inalaram muita fumaça.
Duas viaturas do Corpo de Bombeiros foram acionadas para conter as chamas, que também destruíram um carrinho de bebê. O fogo, aparentemente, não chegou à sala, embora o teto do cômodo tenha ficado escurecido pela fuligem. Moradores da vizinhança contaram que só perceberam o incêndio quando a mãe abriu a porta da casa e saiu gritando com a filha no colo, pois não era possível ver a fumaça do lado de fora.
Além disso, segundo os vizinhos, é comum, na região, a queima de fios de cobre, o que pode ter contribuído para que não percebessem o incêndio. Também não ouviram eventuais gritos das crianças. Um deles, ficou com os doces comprados para a ocasião da festa.
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