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  • Foto do escritor J. POVO- MARÍLIA

Daniel Martins e Gustavo Dias não se classificaram para as finais do atletismo, em Tóquio


Os atletas marilienses Daniel Martins, 25 anos e Gustavo Dias, 20 anos, (tio e sobrinho), não tiveram bom desempenho nas paraolimpíadas de Tóquio. Nesta segunda-feira (30), eles não copnseguiram marcas na fase de classificação nas semifinais dos 400 metros na classe t20 e infelizmente não conseguiram classificação para as finais da competição, nesta terça-feira (31).

Daniel Martins, recordista olímpico e ouro na Rio 2016, nunca tinha perdido uma prova nos 400 mas ficou na quinta posição na classificatória e não conseguiu vaga na final. Gustavo Dias também terminou na sexta e última colocação dessa bateria.

Os atletas conquistaram com muit esforço pessoal as vagas nas paraolimpíadas de Tóquio, já que se recuperavam da Covid e ficaram por mais de um ano afastados nos treinos e competições, por conta da pandemia do coronavírus.

HISTÓRIA

Todo o Brasil aprendeu a admirar o talento e o sorriso contagiante de Daniel Martins, o jovem que sonhava em ser jogador de futebol – era um atacante rapidíssimo – mas, no início da adolescência, descobriu duas características que mudariam sua vida: a aptidão para o atletismo e a dificuldade de aprendizado.

Ele iniciou sua trajetória na Associação Mariliense de Esportes Inclusivos (AMEI), comandado pelo treinador Luiz Carlos Albieri, conhecido como “Esquilo”.

DEFICIÊNCIA

Daniel compete na classe T20, exclusiva para deficientes intelectuais. Ao contrário de outras modalidades, nas quais as deficiências são divididas em graduações – entre os deficientes visuais, por exemplo, há classes para cegos e atletas com “baixa visão” –, a classe dos deficientes intelectuais é única.

Segundo as regras do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), os atletas desta classe devem apresentar um laudo emitido pela Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (ABDEM).

Para obtê-lo, devem ter resultados abaixo da média em testes de Quociente de lnteligência (QI) e apresentar “dificuldades no comportamento conceitual e social adaptativo”.

Ciro Winkler clareia a situação. “Para um atleta ser elegível na classe T20, ele tem de passar por dois critérios: um teste de QI, no qual deve apresentar coeficiente até 75, e apresentar problemas em áreas adaptativas, como sociais, matemáticas ou outras”, explica. Um coeficiente de inteligência considerado médio varia de 90 a 109 pontos.

Winkler explica que, como em qualquer modalidade paralímpica, existe a dificuldade em nivelar a deficiência dos competidores da classe T20. “Eles são diferentes, uns tem nível maior e outros menor decomprometimento cognitivo. Ainda mais por se tratar de uma classe única. Ou o competidor é deficiente ou não é.”

Segundo Winkler, ao contrário de atletas “convencionais”, que costumam bolar uma estratégia para a prova – como dosar o ritmo em determinado momento para acelerar em outro –, os corredores da T20 agem mais por instinto e talento. “Com o Daniel a instrução é: sai forte e acelera no final.” É o que o jovem paulista deve fazer em muitas Paralimpíadas mais.

Daniel Martins não gosta de perder em nada. A chegada no atletismo se deu meio que por acaso, mas os resultados não negam que o caminho escolhido foi o certo. Maior nome da classe T20, para deficientes intelectuais, ele sabe porque não para de correr. “Se eu não correr, quem vai correr por mim?”.

Antes de Tóquio, foi o nome a ser batido nos 400 m rasos no mundo. Desde 2015, o brasileiro foi ouro em qualquer competição que participou. Sobre a sequência de vitórias, Daniel é claro sobre como pensa sobre as conquistas.

“Os resultados me dão uma responsabilidade muito grande. Sou tricampeão mundial, campeão paralímpico, campeão parapan-americano e recordista mundial e eu falo que eu tenho medo de perder, porque não gosto de perder, em absolutamente nada”.

Mas foi em Tóquio, hoje, que o atleta conheceu sua primeira derrota na carreira, pelas circunstâncias já mencionadas. Valeu, tio e sobrinho, pela superação pessoal de cada um de vocês, representando Marília e todo o Oeste Paulista nas Paraolimpíadas de Tóquiop. Até a próxima, guerreiros!





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