Delegado que matou garota em festa do peão na região diz que deu vários tiros no chão. Ele já foi solto

O advogado de defesa do delegado Vinícius Martinez, que matou a adolescente Katrina Bormio Silva Martins, de 16 anos, com um tiro na saída de um rodeio em Promissão, disse que o policial civil não percebeu que a garota havia sido atingida pelos disparos.

Augusto Mendes Araújo contou, em entrevista à TV TEM, que seu cliente chegava à festa como espectador, quando, na tentativa de deter um suspeito por desacato a policiais militares, atirou algumas vezes contra o chão. Em seguida, Vinicius teria acionado a corporação para notificar os disparos e seguiu para o recinto onde aconteciam as apresentações musicais.

"Assim que aconteceram os tiros, ele entrou em contato com a Central de Flagrantes, mencionou que houve a necessidade de disparos e adentrou ao recinto. Ninguém percebeu, naquele momento, que alguém havia sido atingido", afirmou o advogado.

Ainda segundo a defesa, Vinicius foi avisado mais tarde, ainda no recinto, de que o fragmento havia atingido a garota. Ele, então, compareceu à delegacia para prestar esclarecimentos.

Katrina Bormio Silva Martins, de 16 anos, estava com amigos em um camarote da festa, quando foi até a saída do local para esperar seu pai, que avisou que estava indo buscá-la, e foi atingida. A jovem chegou a ser socorrida, mas morreu no local.

O enterro da adolescente foi realizado na segunda-feira (5), no Cemitério Municipal de Promissão, com a presença de parentes e dezenas de amigos.

Um vídeo feito por pessoas que frequentavam a festa mostra parte da confusão. Nele, é possível ouvir o barulho de pelo menos quatro tiros.

são e soltura

O delegado suspeito de ter efetuado os disparos foi preso em flagrante após o ocorrido, mas teve a liberdade concedida em audiência de custódia realizada no fim da manhã de segunda-feira.

De acordo com o advogado de Vinícius, a Justiça concedeu a liberdade provisória ao delegado mediante cumprimento de medidas cautelares e o pagamento de fiança no valor de 20 salários mínimos.

Ainda de acordo com a defesa, ele não foi afastado de suas funções como delegado, porém, não poderá frequentar a cidade de Promissão, nem se aproximar de testemunhas e envolvidos na ocorrência e familiares da vítima. O caso é investigado pela corregedoria e pela Polícia Civil.

A Corregedoria da Polícia Civil afirmou que apura a conduta do delegado que efetuou disparos durante a festa, que teriam ocorrido em uma tentativa de deter um suspeito por desacato a policiais militares.

Segundo as informações da ocorrência, o homem estava bastante alterado e tentava entrar com bebidas alcoólicas no recinto, o que não era permitido. A corregedoria também alega que a arma usada pelo delegado na ação foi apreendida e o caso foi registrado na CPJ de Lins.