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Foto do escritor J. POVO- MARÍLIA

Depoimento rápido. Adolescente que matou ex-namorada de 14 anos será apresentado amanhã à Justiça


Lídia será velada e sepultada nesta quarta-feira em Júlio Mesquita

Rápido. Assim foi o depoimento do adolescente de 15 anos que matou a ex-namorada Lídia Hadassa de Lima, de 14 anos, a facadas, no início da tarde desta terça-feira (23), em Júlio Mesquita (cidade de cerca de 4.800 habitantes a 34 quilômetros de Marília). O crime foi próximo à Escola Estadual José Carlos Monteiro, onde ambos estudavam.

Ele foi ouvido na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Marília, pelo delegado plantonista Ricardo Coércio. "O garoto estava com o estado emocional abalado e não sabia que a vítima tinha falecido, até o início do depoimento. Estava desorientado psicologicamente e sem saber o que estava acontecendo", explicou ao JORNAL DO POVO o advogado de defesa, Ricardo Carrijo Nunes. "Ele sempre foi um bom aluno, com boas notas", acrescentou.

Antes de ser conduzido sob escolta policial à CPJ, o adolescente passou atendimento ambulatorial e psicológico no Hospital das Clínicas de Marília. Após o crime, ele tentou suicídio com a faca usada no feminicidio. Sofreu ferimentos no tórax, pescoço e pulsos, mas sem risco de morte.

Ele passará a noite em cela individual e na manhã desta quarta-feira (24), será apresentado à Vara da Infância e Juventude do Fórum de Cafelândia (Comarca de Júlio Mesquita).

Momento em que o adolescente foi apreendido às margens da BR-153

O CASO

A menina havia saído da escola e caminhava em direção à sua casa, quando, segundo o advogado, começou o desentendimento com o adolescente pelo fim do namoro. O defensor disse que o adolescente afirmou que estava indo para a escola portando uma faca em função dos casos de violência registrados em escolas pelo país.

"A menina dizia que ele não teria coragem de se matar e em meio à discussão, o adolescente desferiu a facada, mas não viu que matou a garota e saiu correndo, foi embora", disse o advogado. A menina chegou ser socorrida e encaminhada à uma unidade de saúde na cidade, mas não resistiu e faleceu.

Após deixar o local do crime, o garoto se escondeu. O pai dele o localizou e o levou para um local próximo ao trevo da BR-153 (entroncamento com a SP-333 - acesso a Marília).

O advogado, então, foi acionado pela família e ao chegar no local, as Polícias Militar e Civil já estavam lá. "O garoto estava desorientado e muito trêmulo. Eu havia combinado com a corporação que ele viria para a CPJ com o pai e mãe em meu carro. Mas, notamos que ele apresentava ferimentos no tórax e no pescoço e nos pulsos, relatando que havia tentado o suicídio usando a mesma faca do crime", explicou o dr. Ricardo Carrijo.

O garoto relatou ainda que, durante a fuga, passou em uma construção e ingeriu um líquido branco, sem saber do que se tratava.

Diante da situação, o adolescente foi socorrido por uma unidade de resgate da Concessionária de rodovias e encaminhado ao Hospital das Clínicas em Marília, onde foi atendido e ficou em observação, sob escolta policial, sem risco de morte.

O pai dele trabalha em uma indústria de alimentos em Marília e a mãe é professora em Júlio Mesquita.






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