Um dos mortos, Wender Felipe Maciel, de 25 anos, foi velada e enterrado em Ourinhos. Ele era natural de Canitar, cidade vizinha. Já Matheus Gregório da Silva, de 22 anos em Diadema. Ele foi a vítima mais jovem entre os mortos. O detento Caio Vinicius Oliveira, de 25 anos, foi sepultado em Lins.
AS VÍTIMAS DO INCÊNDIO
Matheus Gregorio Da Silva - 22 anos
Wallace Ferreira Dos Reis - 22 anos
Wender Felipe Maciel - 25 anos
Thiago Nascimento De Oliveira - 25 anos
Caio Vinicius Oliveira - 25 anos
Doildo Diego Pires - 35 anos
Charles Andrey Souto Silva - 44 anos
O CASO
O incêndio na Penitenciária de Marília começou no fim da tarde de terça-feira, por volta das 17h, após um dos detentos, Leandro Inácio da Silva, de 34 anos, atear fogo aos próprios pertences no setor de inclusão. Ele não queria voltar para o regime fechado, de onde saiu por indisciplina. Sofreu intoxicação pela fumaça e foi internado no Hospital das Clínicas. Outras cinco pessoas foram intoxicadas, entre elas cinco policiais.
Agentes penitenciários iniciaram o combate às chamas até a chegada do Corpo de Bombeiros e do Samu. Equipes do Baep e da Força Tática apoiaram o resgate e a evacuação da área.
Dois presos receberam alta médica na madrugada quarta-feira (26) e retornaram à penitenciária. Outros cinco permanecem internados. Todos os servidores intoxicados já tiveram alta.
PROCEDIMENTO
Em nota, a SAP informou que instaurou procedimento interno para apurar o caso e que está prestando apoio às famílias dos detentos mortos. A prefeitura destacou que reforçou as equipes de emergência e distribuiu os feridos entre diferentes unidades para agilizar o atendimento.
Luciano Carneiro, diretor regional do Sindicato dos Policiais Penais de São Paulo, afirmou que a unidade opera acima da lotação prevista e destacou os riscos estruturais do prédio.
Além disso, relatou que a diretoria e os servidores fizeram de tudo para socorrer os internos, o que ocasionou os seis agentes penitenciários feridos.
"Nossa primeira função como policial penal, atualmente, é a ressocialização, é manter a ordem pública. Foi um fato muito triste, muito lamentável", explicou.
A perícia foi acionada e a equipe esteve na penitenciária na quarta-feira, mas ainda não há informações confirmadas sobre a motivação do detento que iniciou o fogo, nem sobre possíveis falhas estruturais e operacionais que facilitaram a propagação da fumaça.
Os funcionários da unidade começaram a ser ouvidos nesta quinta-feira (27) no inquérito aberto pela Polícia Civil para apurar o caso, registrado como homicídio e lesão corporal.
No local, o preso permanece na cela e só pode sair para "atendimentos, banho de sol ou situações específicas".
No sistema prisional, o setor da inclusão, também chamado de triagem ou admissão, é usado para abrigar presos recém-chegados ou que precisam ser separados temporariamente dos demais internos.
À polícia, o diretor não soube informar se o preso estava sozinho, mas acredita que havia outros detentos na cela. Ele relatou ainda que 14 presos estavam no setor da inclusão e que alguns foram resgatados já desacordados por causa da fumaça.
O Ministério Público e Defensoria Pública sobre o caso. Em nota, a Defensoria disse que acompanha o caso e que "aguarda a apuração completa dos fatos pelas autoridades responsáveis e se coloca à disposição das famílias para acolhimento, orientação e adoção das medidas jurídicas e administrativas que se fizerem necessárias", diz o texto.
O órgão disse ainda que um defensor esteve na unidade na quarta-feira. Já o Ministério Público não se manifestou até a última atualização desta reportagem.
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