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Detentos que morreram em incêndio na Penitenciária de Marília começaram a ser enterrados

  • Foto do escritor:  J. POVO- MARÍLIA
    J. POVO- MARÍLIA
  • há 3 dias
  • 3 min de leitura

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Começaram nesta quinta-feira (27), os enterros de detentos que morreram em um incêndio na Penitenciária de Marília. As vítimas morreram intoxicadas após um detento atear fogo aos próprios pertences dentro da cela, na terça-feira (25).

Um dos mortos, Wender Felipe Maciel, de 25 anos, foi velada e enterrado em Ourinhos. Ele era natural de Canitar, cidade vizinha. Já Matheus Gregório da Silva, de 22 anos em Diadema. Ele foi a vítima mais jovem entre os mortos. O detento Caio Vinicius Oliveira, de 25 anos, foi sepultado em Lins.

AS VÍTIMAS DO INCÊNDIO

  1. Matheus Gregorio Da Silva - 22 anos

  2. Wallace Ferreira Dos Reis - 22 anos

  3. Wender Felipe Maciel - 25 anos

  4. Thiago Nascimento De Oliveira - 25 anos

  5. Caio Vinicius Oliveira - 25 anos

  6. Doildo Diego Pires - 35 anos

  7. Charles Andrey Souto Silva - 44 anos

O CASO

O incêndio na Penitenciária de Marília começou no fim da tarde de terça-feira, por volta das 17h, após um dos detentos, Leandro Inácio da Silva, de 34 anos, atear fogo aos próprios pertences no setor de inclusão. Ele não queria voltar para o regime fechado, de onde saiu por indisciplina. Sofreu intoxicação pela fumaça e foi internado no Hospital das Clínicas. Outras cinco pessoas foram intoxicadas, entre elas cinco policiais.

Agentes penitenciários iniciaram o combate às chamas até a chegada do Corpo de Bombeiros e do Samu. Equipes do Baep e da Força Tática apoiaram o resgate e a evacuação da área.

Dois presos receberam alta médica na madrugada quarta-feira (26) e retornaram à penitenciária. Outros cinco permanecem internados. Todos os servidores intoxicados já tiveram alta.

PROCEDIMENTO

Em nota, a SAP informou que instaurou procedimento interno para apurar o caso e que está prestando apoio às famílias dos detentos mortos. A prefeitura destacou que reforçou as equipes de emergência e distribuiu os feridos entre diferentes unidades para agilizar o atendimento.

Luciano Carneiro, diretor regional do Sindicato dos Policiais Penais de São Paulo, afirmou que a unidade opera acima da lotação prevista e destacou os riscos estruturais do prédio.

Além disso, relatou que a diretoria e os servidores fizeram de tudo para socorrer os internos, o que ocasionou os seis agentes penitenciários feridos.

"Nossa primeira função como policial penal, atualmente, é a ressocialização, é manter a ordem pública. Foi um fato muito triste, muito lamentável", explicou.

A perícia foi acionada e a equipe esteve na penitenciária na quarta-feira, mas ainda não há informações confirmadas sobre a motivação do detento que iniciou o fogo, nem sobre possíveis falhas estruturais e operacionais que facilitaram a propagação da fumaça.

Os funcionários da unidade começaram a ser ouvidos nesta quinta-feira (27) no inquérito aberto pela Polícia Civil para apurar o caso, registrado como homicídio e lesão corporal.

Em depoimento à polícia, o diretor da penitenciária revelou que o detento que provocou o incêndio estava em uma cela isolada por indisciplina.

No local, o preso permanece na cela e só pode sair para "atendimentos, banho de sol ou situações específicas".

No sistema prisional, o setor da inclusão, também chamado de triagem ou admissão, é usado para abrigar presos recém-chegados ou que precisam ser separados temporariamente dos demais internos.

À polícia, o diretor não soube informar se o preso estava sozinho, mas acredita que havia outros detentos na cela. Ele relatou ainda que 14 presos estavam no setor da inclusão e que alguns foram resgatados já desacordados por causa da fumaça.

O Ministério Público e Defensoria Pública sobre o caso. Em nota, a Defensoria disse que acompanha o caso e que "aguarda a apuração completa dos fatos pelas autoridades responsáveis e se coloca à disposição das famílias para acolhimento, orientação e adoção das medidas jurídicas e administrativas que se fizerem necessárias", diz o texto.

O órgão disse ainda que um defensor esteve na unidade na quarta-feira. Já o Ministério Público não se manifestou até a última atualização desta reportagem.

 
 
 

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