O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, anunciou que o policial federal que se candidatar nas eleições será demitido e terá de cumprir uma quarentena de 2 anos para poder concorrer. A revelação foi feita em entrevista neste domingo (9).
O delegado falou que a proposta de regulamentação será enviada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Evidentemente, com a quarentena de 2 anos, nenhum policial federal em atividade poderia sair candidato nas eleições de 2024. Não daria tempo. Mas além disso, dificultaria demais que qualquer agente de segurança decida seguir para a política, pois teria de abrir mão do emprego na corporação.
"Vamos propor neste próximo semestre que policial federal seja proibido de ter filiação partidária. Se quiser se candidatar, terá que ser exonerado e cumprir uma quarentena de pelo menos dois anos. Quem quiser fazer política partidária está no lugar errado", disse Andrei.
"Infelizmente, a instituição foi usada várias vezes. Isso cria um desequilíbrio do sistema democrático, permitindo que o candidato se projete e use a instituição para proveito próprio", afirmou.
O diretor-geral da PF também informou que foi regulado por Instrução Normativa o uso do símbolo da PF nas redes sociais para fins pessoais e atividades não ligadas à instituição. A ideia é evitar uso indevido da imagem da PF.
PROIBIÇÃO DO USO DE SÍMBOLOS DA PF
Andrei afirmou que Polícia Federal também regulou o uso do símbolo da corporação nas redes sociais para fins pessoais ou em atividades não ligadas à instituição.
Instrução Normativa proibiu policiais federais utilizarem nas redes sociais - institucionais e pessoais - em todo o Brasil, símbolos, armas ou outros equipamentos da PF para obter vantagens comercial, financeira ou eleitoral. Também está proibido conteúdo de tolerância a discursos discriminatório ou de ódio.
Os policiais federais também foram proibidos de utilizar sua conta de e-mail institucional para cadastrar conta pessoal em mídias sociais; expressar opinião pessoal como se fosse posição oficial da Polícia Federal; e publicar ou compartilhar vídeos, áudios, fotografias ou similares que atentem contra a privacidade e a dignidade de pessoas envolvidas em contexto de atuação da Polícia Federal.
Vereador Féfin faz poses e exibe símbolos da PF em suas redes sociais. Instrução Normativa da nova direção da Instituição proíbe esse tipo de promoção política
VEREADOR/AGENTE JÚNIOR FÉFIN
O policial federal Osvaldo Júnior Féfin (União Brasil) ocupa uma das 13 cadeiras na Câmara de Marília. Ele foi eleito em 2020 com 1.586 votos pelo PSL, partido pelo qual o ex-presidente Jair Bolsonaro se elegeu no mesmo ano.
Féfin fez sua campanha eleitoral em 2020 dizendo que "seria o primeiro vereador sem salário em Marília". Uma enganação. Na realidade, após tomar posse na Câmara, ele teve que optar entre o salário de vereador ou de agente da Polícia Federal, de onde foi obrigado a se licenciar.
Optou pelo salário da PF, cerca de R$ 24 mil mensais. O salário de vereador na Câmara de Marília, líquido, é de cerca de R$ 6.500,00. Ou seja: como não trabalha na PF, ele recebe o gordo salário por ser vereador. Resumindo: é o vereador mais caro da Câmara de Marília.
Se quiser se candidatar à reeleição, em 2024, pela proposta do novo diretor-geral da Polícia Federal, Féfin terá que optar pela polícia ou pela política, já que deverá ser obrigado a pedir exoneração da corporação.
Outra questão envolvendo o agente/vereador é que, apesar da Instrução Normativa, ele continua usando imagens suas com símbolos da Polícia Federal em suas redes sociais, como Facebook e Instagram.
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