Representantes de ONGs cuidadoras de animais estiveram em uma residência localizada na Rua José de Anchieta, Zona Oeste de Marília, na tarde desta terça-feira (28), para averiguar denúncias de maus-tratos contra dois animais, sendo um deles de apenas 5 meses.
Silvia Vicentini e Gabriel Fernando, da ONG Spaddes, com apoio de policiais militares, foram até o local. A médica veterinária, Michele Alves e Silvia Helena, da ONG Frida, também participaram da ação.
A denúncia anônima informava que no local os dois animais eram espancados pelos seus donos. Tudo foi registrado e gravado por áudio, onde é possível escutar uma mulher dizendo “eu acabei de limpar aqui seu desgraçado e você vem mijar aqui?! Em seguida, os gritos do animal que estava sendo agredido pela mulher. Em outro áudio, é possível notar que o animal está sendo agredido pois grita bastante e uma voz masculina fala “quero ver alguém vir aqui reclamar”.
Diante as provas, as equipes estiveram no local, onde foi encontrado um casal de jovens que franqueou a entrada no imóvel. No quintal da residência foram localizados dois animais, sendo um macho filhote sem raça definida e uma fêmea de aproximadamente três anos da raça Shihtzu. A fêmea apresentava algumas lesões e hematomas pelo corpo e o filhote também apresentava alguns hematomas pelo corpo, sugestivos de possível pancada ou trauma.
O morador, após ser indagado pela equipe da ONG, confessou que teria agredido o animal, mas não ao ponto de espancar os animais. Foi pedido a ele que se aproximasse dos animais para ver qual seria a reação. Os animais, com muito medo, chegavam a deitar no chão.
Ele também confessou que a voz da mulher que aparece em um dos áudios agredindo um dos animais seria de sua prima, que não mora mais em Marília, mas foi colocada no Boletim de Ocorrência como autora também das agressões. A Polícia Civil vai levantar o novo endereço da agressora para que ela possa ser ouvida.
Gabriel Fernando (ONG Spaddes) e Silvia Vicentini (ONG Frida): ativistas da causa animal que desenvolvem com muito amor e coragem um excelente trabalho em Marília
A Polícia Militar Ambiental também esteve presente no local e constatou que a cachorrinha da raça Shihtzu apresentava diversas feridas pelo corpo. O jovem acabou sendo autuado naquele momento pelos PMs Ambientais com uma multa administrativa no valor de R$ 3 mil. O casal foi conduzido pela Polícia Militar até à CPJ, onde o jovem foi ouvido e liberado em seguida.
Os animais foram recolhidos pelas ONGs e encaminhados para tratamento médico veterinário. Não foi feito a prisão em flagrante pois os animais não teriam sido agredidos na data da diligência (ontem), o que por lei não se configura como flagrante.
Um Boletim de Ocorrência pelo crime de maus-tratos foi elaborado e a Polícia Civil irá investigar, caso os autores sejam indiciados eles poderão pegar uma pena de 2 a 5 anos de reclusão.
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