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  • Foto do escritor J. POVO- MARÍLIA

Donos de restaurantes se mobilizam contra fechamento. "Setor que mais sofre", diz secretário Cássio


Proprietários de bares e restaurantes em Marília, com apoio de funcionários, continuam se mobilizando contra o fechamento total do setor, após o rebaixamento de Marília pelo governador João Doria (PSDB) para a Fase Vermelha do Plano SP, a partir da segunda-feira passada (18).

Cartazes nas portas e paredes externas com pedidos de "socorro" alertam sobre a grave crise no setor. Os empresários fizeram uma reunião nesta sexta-feira (22) e discutiram a questão. Planejam carreatas e mobilização junto ao gabinete do prefeito Daniel Alonso (PSDB) para tentar flexibilizar o lockdon do setor.

Quando Marília estava na Fase Laranja do Plano SP (antes da Fase Vermelha), Alonso permitiu que os bares e restaurantes funcionassem até as 23h, com apenas um músico solo em cada estabelecimento. Por permitir essa "brecha", a Prefeitura foi acionada pelo Ministério Público Estadual.

Logo após o anúncio do rebaixamento da cidade para a Fase Vermelha (que seguirá pelo menos até o dia 8 de fevereiro), o prefeito fez um pronunciamento onde começou dizendo que "não haveria concessões", no sentido de relaxamentos das regras para qualquer setor.


Secretário municipal da Saúde, Cassinho e o prefeito Daniel Alonso


"O SETOR QUE MAIS SOFRE", DIZ SECRETÁRIO CASSINHO

O secretário municipal da Saúde, Cássio Luiz Pinto Júnior, que é dono de restaurante (Pizzaria 515), disse que tomou conhecimento dos manifestos de empresários do setor.

"Esse manifesto não é só local, é estadual e nacional. Infelizmente, é o setor que mais sofre desde o início da pandemia. Mas é preciso pensar em conjunto, pois é difícil equacionar esta situação", afirmou Cassinho ao JP.

Ele lembrou da tolerância concedida ao setor de bares e restaurantes na Fase Laranja. "Mas, agora, a situação está muito complicada. Evidente que a culpa pelo agravamento da pandemia não é do setor de gastronomia, mas um fator que ocorreu devido ao abuso da população que não sabe se comportar".

Os restaurantes estão autorizados a funcionar no sistema delivery (entregas) e drive-thru. "O objetivo é tirar as pessoas das ruas", observou Cassinho.

Lembrou também da grave situação dos buffets. "Tinham festas programadas que foram todas canceladas".

Nesse aspecto, o secretário lamentou decisões do Poder Judiciário em Marília que concedeu liminares autorizando festas de casamentos. "Enquanto muitos atendem as normas sanitárias, o próprio Judiciário libera festas", lamentou.

FECHAMENTO DE QUASA UMA FORD POR DIA, DIZ ASSOCIAÇÃO DO SETOR

A CNN conversou neste sábado (23) com o presidente do conselho estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP), Percival Maricato, sobre as restrições impostas pelo governo de São Paulo com a premissa de frear o aumento do número de casos de Covid-19. Maricato destacou a ocorrência de falências no setor e defendeu que os restaurantes estão seguindo todos os protocolos de segurança e, por isso, não são os causadores da maior incidência da doença. “Quando se vai a um restaurante, as pessoas se sentam distantes umas das outras, elas têm a temperatura tomada, elas têm álcool em gel. Há uma limpeza diária de todos os equipamentos”.

Ele, no entanto, fez uma ressalva sobre os estabelecimentos que não estão seguindo as regras sanitárias e disse ser favorável à penalização nestes casos. Segundo Maricato, a generalização está intensificando o número de desempregados. “Existem sim, bares que não cumprem um protocolo, nós somos inteiramente a favor da penalização. Não dá para penalizar um setor de pequenos empresários, que são dezenas de milhares, e que estão quebrando a média de 300 por dia. Deixando, então, cerca de 2 mil famílias sem emprego, sem ganha-pão, por dia. É quase uma Ford por semana”, disse, lembrando a saída da montadora do Brasil.

Comparando o período pré-pandemia com o momento atual, segundo o presidente da Abrasel-SP, 30% dos bares e restaurantes já fecharam as portas porque faliram. “Se persistir estas restrições, não teremos nem 20% aberto daqui a três, quatro meses, porque não é possível uma empresa viver com tanta insegurança, restrições e tantas despesas. Porque você tem despesa, mesmo fechado, você tem despesa do aluguel, do IPTU, de uma porção de funcionários. Então, quer dizer, não vai sobrar nada mesmo, vai ser uma extinção da gastronomia e dos bares de São Paulo que vai ser difícil depois, vai levar uma década para você reerguer”.

Vídeo postado em redes sociais de restaurantes em Marília


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