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  • Por Adilson de Lucca

Emdurb diz que o autor de Ação contra radares é "infrator contumaz" e " a vida não tem preço"


A Empresa Municipal de Mobilidade Urbana (Emdurb), protocolou sua defesa em Ação Popular que pede, por liminar, a suspensão imediata da instalação de até 53 radares fixos e lombadas eletrônicas em diversas avenidas em Marilia.

Pedindo a não concessão da referida liminar e o indeferimento da Ação, a manifestação da autarquia reúne 41 laudas e é assinada pelo advogado Raphael Palmieri Valdi (de Londrina-PR).

Nos principais tópicos, a defesa da Emdurb critica o autor da Ação Popular, fiscal de rendas aposentado, Luiz Carlos da Silva, apontando a ele "falta de conhecimento técnico sobre o assunto" e o aponta como "infrator contumaz" e tem "interesse pessoal" com a Ação.

"O ajuizamento da ação popular é inadequado, contrário aos conceitos científicos e técnicos aplicados a espécie, partindo de presunções opinativas que não merecem prevalecer", complementa.

SEGURANÇA DOS CIDADÃOS

Na manifestação, a Emdurb cita que "a contratação em referência se resume a um número de 20 equipamentos, menos da metade do alegado... extremamente necessário para que sejam cumpridas as obrigações da administração destinadas à fiscalização e, mais importante, segurança dos cidadãos do município".

A Emdurb também contestou a citação de excesso de multas pelo autor da Ação Popular. "A mais inadequada é a relacionar com arrecadação de multas, pois há muito isto foi superado, sendo incontroverso que os radares são essenciais para a proteção dos transeuntes e motoristas, sendo utilizados em todo o mundo".

O texto cita também que "se ao menos a vida de um cidadão mariliense for poupada com a solução licitada pela EMDURB, todo o investimento já valeria a pena, uma vez que a vida não tem preço".

"Pois, ao contrário do alegado pelo Requerente, infelizmente, ainda há inúmeras perdas de vidas nesta municipalidade por acidentes de trânsito evitáveis", complementa.

O texto traz um estudo sobre acidentes de trânsito em rodovias federais e estatística de acidentes fatais ocorridos no município de Marília nos anos de 2020 a 2023, sem detalhar às circunstâncias que motivaram os tais acidentes e locais das ocorrências, se em vias urbanas ou nas rodovias que contornam a cidade.

REQUERIMENTOS

Na defesa, a Emdurb anexou requerimentos de implantação de radar em via específica, protocolados pelos então vereadores Sydney Gobetti de Souza, para a Via Expressa Sampaio Vidal (em 2010), Sônia Tonin, "lombada" ou radar para a Rua Carlos Botelho, no Jardim Maria izabel (em 2013) e Mário Coraína, para a Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes (em 2015). Também foi anexado um requerimento do atual vereador Júnior Féfin (União), pedindo informações sobre estudos para lombadas eletrônicas em Marília, em 2022.

RADAR DE TESTE JÁ INSTALADO

A Ação Popular, assinada pela advogada Mariana de Oliveira da Silva, foi ajuizada no início deste mês. A Emdurb anunciou que pretende instalar os radares e lombadas em até 60 dias. O custo mensal será de R$ 467 mil, totalizando quase R$ 30 milhões em cinco anos (prazo do contrato com a empresa Talentech , de Jaguaré (SP) que venceu a licitação no mês passado.

Um radar de teste já foi instalado na Avenida Castro Alves, próximo à Nestlé.

Os equipamentos devem ser instalados em diversas avenidas de Marília, como Santo Antonio, Castro Alves, Rio Branco, Brigadeiro Eduardo Gomes, Radial Leste (Cascata), Tiradentes, Pedro de Toledo, Sanches Cibantos, João Ramalho, João Martins Coelho e outras.

GASTOS ELEVADOS

O pedido de suspensão imediata na Ação Popular justifica que não há necessidades de gastos tão elevados com esses equipamentos, apontando opções "mais eficientes e menos onerosas", como lombofaixas (faixas de segurança elevadas).

Também solicita a realização de perícias técnicas em todos os pontos onde deverão ser instalados os equipamentos e estatísticas dos últimos cinco anos sobre índices de eventuais acidentes graves nesses locais, de forma que sejam avaliados o custo/benefício com a instalação dos equipamentos.

O autor da ação pede ainda que o juiz determine multa diária em caso de descumprimento de eventual concessão de liminar, com o valor sendo definido pelo magistrado.

A Ação pede ainda apuração sobre o processo licitatório conduzido pela Emdurb. Em 2018, uma licitação para instalação de radares fixos em Marília foi suspensa pela Justiça.

QUASE 360 MIL MULTAS

A Ação aponta que no período de duração do contrato da Emdurb com a empresa de radares, seria necessária a aplicação de 358.780 multas (R$ 130,16, valor mínimo da autuação por excesso de velocidade, conforme o Código de Trânsito Brasileiro) para "cobrir" os gastos de cerca de R$ 29 milhões.

Por mês, seriam necessárias 3.592 multas, para cobrir a despesa mensal de R$ 467 mil. "Exagero, radar não é fonte de renda", destaca o autor da Ação. "Os quase R$ 30 milhões poderiam ser investidos em áreas mais importantes e prioritárias, como saúde pública", complementa.




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