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  • Por Adilson de Lucca

EXCLUSIVO: MP denuncia empresário como mandante e mais dois homens pela morte de Wal, no Fragata

Ricardinho, na moto, aponta a arma e faz disparos contra Wal, na calçada.

O vendedor foi morto por engano, pois o alvo era outro homem


EXCLUSIVO

O promotor de justiça Rafael Abujamra encaminhou ao juiz da 2ª Vara Criminal do Fórum de Marília, Paulo Gustavo Ferrar, denúncia contra o empresário e agropecuarista Ralf Tadeu Inforzato Gaspar, como mandante de assassinato que resultou na morte por engano (veja abaixo) do vendedor Walter Luiz Aparecido Marcondelli Junior, o Wal, de 40 anos.

O promotor pede que o acusado de ser o mandante, e outro autor com identidade protegida pela Justiça, além do executor do crime, Anderson Ricardo Lopes, o Ricardinho, sejam processados e denunciados a Júri Popular.

A denúncia foi encaminhada nesta segunda-feira (31) ao juiz Paulo Gustavo Ferrari, da 2ª Vara Criminal do Fórum de Marília. O Magistrado já teria pedido a prisão preventiva do empresário.

O denunciado Ralf, conforme consta na denúncia, agiu por motivo torpe e é acusado de pagar um outro envolvido no crime (também com identidade protegida) para contratar o ex-presidiário Anderson Ricardo Lopes, o Ricardinho, para cometer o crime. Ricardinho foi preso pela Polícia Civil e confessou que realmente matou Wal por engano. O alvo era outro homem.

O autor com identidade protegida pela Justiça, conforme a denúncia, chegou a ser ameaçado pelo empresário por tê-lo implicado no crime e coagido a mudar o depoimento. "Se eu cair, levo você junto", teria ameaçado o mandante, dizendo ainda que "se preciso, gastaria dinheiro para isso".

Por este motivo, foi denunciado também no Art. 344, do Código Penal: "Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral".

O crime ocorreu no início da manhã do dia 7 de dezembro do ano passado, em frente um estacionamento de veículos localizado próximo ao Hospital das Clínicas, no Bairro Fragata, em Marília. Wal foi morto com ao menos cinco tiros.

Walter Luiz Aparecido Marcondelli Junior, o Wal

COMPANHEIRA DE WAL NÃO FOI DENUNCIADA

A companheira de Wal, também foi investigada em inquérito pela Polícia Civil. Isso porque foram encontrados cerca de R$ 450 mil na conta bancária dela. No curso das investigações, comprovou-se que o dinheiro era proveniente de uma seguro que ela havia recebido.

Sobre o morte do companheiro, de quem havia se separado e voltado pouco tempo antes do crime, ela disse que o mesmo era bem reservado em seus negócios e não fazia ideia do que poderia ter acontecido.

A PRISÃO DE RICARDINHO NO PARANÁ

Ricardinho foi preso em Maringá (PR)

O ex-presidiário Anderson Ricardo Lopes, o Ricardinho, de 42 anos, foi preso em Maringá (PR), conforme divulgado com exclusividade pelo JORNAL DO POVO. Ele foi ouvido no dia 29 de maio pelo delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Luis Marcelo Perpétuo Sampaio, após ter sido preso em Maringá (PR).

A oitiva foi em Maringá (PR), onde Ricardinho foi preso por policiais na tarde da sexta-feira (26) na Vila Iguatemy. Havia suspeita de furto, mas não houve registro nesse sentido.

Ricardinho tinha prisão decretada após a Polícia Civil o apontar como autor do homicídio do vendedor Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior, o Wal, de 40 anos. O crime ocorreu na manhã do dia 7 de dezembro do ano passado, em frente um estacionamento no Bairro Fragata, em Marília.

ALVO ERRADO

"O Ricardinho a princípio negou envolvimento no crime, mas depois acabou confessando e disse que o alvo era outro. Ele achou que o Wal era a pessoa que ele queria acertar", disse o delegado Luis Marcelo. "Ele também disse que estava sob efeito de drogas e em dias anteriores já havia passado pelo local do crime. Negou ter cometido o crime por encomenda". Não foi divulgado o nome da pessoa que seria o alvo do acusado.

O delegado disse que a motocicleta usada por Ricardinho no dia do homicídio era "do corre" no Parque das Azaleias.

O depoimento de Ricardinho em Maringá durou cerca de quatro horas. Ele foi trazido para Marília pela equipe da DIG e na noite de ontem voltou a ser ouvido na CPJ até as 23h.

Na manhã desta terça-feira (30), o acusado prestou declarações formalizadas na DIG.

O delegado disse ao JORNAL DO POVO que Ricardinho foi identificado em investigações como autor do homicídio cerca de 20 dias após o crime. "Ele estaria escondido no Parque das Azaleias, onde fizemos várias buscas. Também percorremos endereços onde ele poderia estar aqui em Marília, inclusive uma casa sem água e luz na Vila Real, zona sul, mas não o encontramos", afirmou.

Nas buscas, o delegado obteve informações que Ricardinho estaria em um bairro em Maringá e repassou as informações para policiais daquela cidade.

Quando a equipe policial de Maringá abordou Ricardinho, na sexta-feira, já sabia que havia um mandado de prisão contra ele em Marília. "O Ricardinho se mostrou surpreso no ato da prisão, negou envolvimento em crimes em Marília e disse aos policiais que estava trabalhando de servente de pedreiro em Maringá", contou o delegado da DIG.

A EXECUÇÃO DE WAL

Wal foi alvejado por ao menos cinco disparos por um homem ocupando uma motocicleta com baú de entregas. Vídeo que flagrou a ação mostrou que Walter, está na calçada, falando ao celular, quando um rapaz usando uma motocicleta com uma mochila tipo baú de entregas se aproxima e para. O ocupante da moto saca um revólver e inicia os disparos. Walter, que nem percebeu a chegada da moto, reage ao ser atingido e tenta sair da mira do assassino. Ele corre e cai na calçada. Alguns metros adiante, se rasteja para se proteger entre alguns veículos, mas o assassino desce na moto (que cai apoiada em um carro), vai até Walter e faz mais disparos. No total, foram cinco tiros. A vítima morreu no local. Em seguida, o autor dos tiros volta para motocicleta e na movimentação para fugir, deixa cair o revólver calibre 38, que foi recolhido pela Polícia Científica. Há informações que Walter, ao perceber os disparos, gritou "não sou eu!".





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