Júlio Rodrigo Bonifácio, de 39 anos, acusado de matar a própria mãe, Valdeci Gomes de Sá, de 68 anos, na tarde desta quinta-feira (15), em Garça, é acusado de feminicídio, furto e ocultação de cadáver. A idosa já havia registrado Boletim de Ocorrência por violência doméstica contra ele.
O homem relatou aos policiais que a mãe havia cometido suicídio por enforcamento há dois dias. Disse que estava "muito louco por droga" e já havia furtado um botijão de gás e o celular da vítima para trocar por entorpecentes. Também foi furtada uma tv da casa.
Policiais militares foram acionados para uma casa na Rua Coronel Joaquim Piza, naqueal cidade, sob informação inicial de de um suicídio por enforcamento, onde o filho teria noticiado que a “mãe estava morta dentro de casa”. Relataram os policiais que Júlio não estava na residência no momento em que chegaram no local e posteriormente ele chegou correndo e esbaforido e informou ser o filho da vítima e que havia saído para comprar um cigarro.
O portão da residência estava trancado com um cadeado e Júlio abriu o portão e franqueou a entrada aos policiais. Segundo relato informal do filho aos policiais, ele encontrou a mãe morta há dois dias.
Disse que tirou a mãe que estava pendurada na porta por um cinto e a colocou na cama pois "estava muito louco de droga", e que a deixou lá e foi embora, retornando na data de ontem para levar o botijão de gás para vender e também já havia levado o celular de sua mãe para vender, com o fito de comprar drogas.
Relataram os policiais que ao abrirem a porta da residência sentiram um forte odor de água sanitária e ao questionarem Julio, ele disse; “ que havia limpado a residência para acionar a polícia”.
No local foi notado que a casa havia sido limpa, porem restou marcas de sangue embaixo da cama que a vítima foi encontrada e do lado de fora a roupa de Júlio estava no tanque de molho no sabão juntamente com um pano de chão. Na vítima havia marcas de ferimentos no pescoço, hematoma próximo ao quadril do lado esquerdo, momento em que pediu para Júlio para retirar a blusa para ver se havia alguma escoriação e ele apresentava alguns “risco” aparentando ser arranhão, nos ombros e braços.
Na sequência, equipe da Polícia Civil já em companhia da equipe de perícia, acessaram a casa, onde também foi possível sentir o forte odor de água sanitária, sendo possível perceber que o chão encontrava-se limpo, bem como não foram observados móveis desarrumados.
Entretanto, no quarto, embaixo da cama onde encontrava-se a vítima, tendo sido observado um pequeno contorno de mancha seca aparentando ser sangue embaixo da cama, bem como foram localizadas algumas roupas que seriam de Júlio imersas em água e sabão em uma bacia na lavanderia. Havia também um pedaço de cinto no chão, próximo à porta, onde a vítima teria sido encontrada por Júlio, além de outro pedaço do cinto pendurado na grade da porta.
O corpo franzino da idosa encontrava-se em decúbito dorsal, em bom estado, com as vestes alinhadas, apresentando as mãos escuras, pescoço arroxeado exibindo aparentemente um sulco com pequenas marcas espaçadas circulares, sangue no ouvido direito e ferimento na perna esquerda. .
Após a realização do exame perinecroscópico, todos nos deslocamos para esta Especializada. . Durante revista pessoal, foi observado por policiais civis que Júlio apresentava alguns ferimentos superficiais recentes no ombro e braço esquerdos, aparentando serem causados por arranhões.
Consigna-se que em pesquisa aos sistemas policiais, localizamos registros de boletins de ocorrências de violência doméstica figurando Valdeci como vítima e Júlio como autor, demonstrando, assim histórico de violência doméstica entre vítima e indiciado, tendo sido registrado o último boletim de ocorrência em 14/01/2020.
Júlio foi conduzido à CPJ, em Marília, onde permanece preso. Já foi pedida prisão preventiva contra ele.
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