J. POVO- MARÍLIA
Funcionários relatam tensão e novas ameaças anônimas de morte na Marilan

Funcionários da indústria Marilan, localizada na Zona Sul de Marília, relataram novas ameaças anônimas através de manuscritos, desta vez na tampa do vaso sanitário do banheiro do vestiário masculino. "Amanhã em diante vou matar todos no portão pequeno - vou vir com pistola tiro em todos", citam os manuscritos, mencionando também questões salariais.
A assessoria de imprensa da empresa emitiu nota afirmando que “assim que obteve conhecimento do ocorrido em sua unidade de Marília, a Marilan tomou imediatamente providências para garantir o total acolhimento de seus funcionários. A companhia reforça que a integridade física e emocional de seus colaboradores é e sempre será prioridade, razão pela qual está tomando as medidas para intensificar a segurança e o bem-estar em sua unidade. Além disso, a Marilan está avaliando eventuais ações a serem tomadas junto às autoridades competentes.”

EPISÓDIOS ANTERIORES
Em maio deste ano, equipes e veículo com giroflex ligado de empresa de segurança privada reforçaram a segurança na portaria e área interna da Marilan. A medida ocorreu após novas ameaças de mortes através de mensagens deixadas em banheiros da empresa.
AMEAÇAS
Os manuscritos, com erros de português, citavam na oportunidade ameaças de chacina. O clima ficou mais acirrado após a morte de um funcionário da empresa, de 30 anos, que tirou a própria vida uma semana antes. Ele enfrentava problemas de depressão após a morte do pai. O autor das ameaças escreveu que iria matar “pessoas aqui de dentro”, começando pelo presidente da empresa. Reclamava de condições de trabalho, falta de valorização dos trabalhadores e vítimas fatais da Covid.
“Estamos cansados dessa empresa. Nosso parceiro se matou porque estava cansado..., com depressão. Todos nós estamos insatisfeitos. Muitos heróis morreram de Covid. Não tem (sic) valor, final de ano nenhum agradecimento. *** Presidente vai comprar fralda e leite, vale-alimentação para nada. Nós fica (sic) doente desconta […] Estou com depressão igual nosso amigo que morreu. Vou fazer diferente, vou matar pessoas aqui dentro. Depois vou tirar a minha vida e vai morrer primeiro o presidente”, mencionava a mensagem.

NOTA DA MARILAN "Assim que obteve conhecimento do ocorrido em sua unidade de Marília, a Marilan tomou imediatamente providências para garantir o total acolhimento de seus funcionários. A companhia reforça que a integridade física e emocional de seus colaboradores é e sempre será prioridade, razão pela qual está tomando as medidas para intensificar a segurança e o bem-estar em sua unidade. Além disso, a Marilan está avaliando eventuais ações a serem tomadas junto às autoridades competentes. Marília, 29 de abril de 2022". O CASO Em maio de 2019, o JORNAL DO POVO revelou o início de bilhetes com ameaças., ataques e ofensas à direção da empresa, escritas em banheiros. Na época, a empresa criou uma comissão para investigar o caso. "Somos contra qualquer tipo de preconceito, ato de violência ou tema que firam os valores humanos", cita um comunicado interno da empresa, que vazou nas redes sociais. A comissão "tem o papel de investigar e avaliar estas ocorrências, sendo que todas as providências visando implementarmos ações preventivas e ou corretivas de forma rápida estão sendo tomadas".

