A executiva nacional do PSDB autorizou, em votação unânime, o avanço das negociações para uma fusão com o Podemos. O ato deve foi confirmado em uma convenção nacional, nesta quinta-feira (5), em Brasília.
A fusão, que também terá de ser aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dará origem a um novo partido — por ora, chamado de "PSDB+Podemos".
Esta fusão de partidos cria a maior bancada de sustentação ao prefeito Vinicius Camarinha (PSDB), na Câmara de Marília, com 5 vereadores: Fabiana Camarinha (a mais votada nas eleições de 2024 - Podemos), Danilo da Saúde (presidente da Casa - PSDB), Luiz Nardi (o vereador com mais mandatos - Cidadania), Marcos Custódio (líder do prefeito no Legislativo - Cidadania) e Galdino da Unimar (PSDB).
Como se diz nos bastidores dos legislativos, um rolo compressor.
Entre esses vereadores, Luiz Nardi não tem tomado chá no mesmo bule que o prefeito Vinicius. As divergências entre eles surgiram durante o processo de escolha do presidente da Câmara, no final do ano passado. Nardi buscou, mas não conseguiu o apoio do então prefeito eleito. Vinicius apoiou Danilo da Saúde, que venceu a disputa. Nardi tem acompanhado a situação na maioria das votações mais importantes no Legislativo.
Caso seja confirmada a entrada do suplente de vereador José Carlos Albuquerque (Podemos) na Câmara, no lugar da vereadora delegada Rossana Camacho (PSD), a nova bancada terá seis parlamentares.
O Podemos em Marília tem como maior liderança o ex-vereador, ex-prefeito por três mandatos e ex-deputado por cinco vezes (três estadual e dois federal), Abelardo Camarinha.
TRÂMITES
Em Brasília, uma comissão consolidar a futura imagem da legenda.
O colegiado, que será formado por dirigentes atuais do PSDB e do Podemos, decidirá o nome definitivo e a marca do novo partido. Também vai estabelecer as divisões de comando, além do número, do mascote, do estatuto e do programa partidário da nova sigla.
Juntos, os partidos podem chegar a ter a sétima maior bancada da Câmara Federal, em números atuais, com 28 deputados.
No Senado, a fusão pode ser a quarta maior bancada da Casa, com 7 senadores.
O presidente do Instituto Teotônio Vilela — entidade mantida pelo PSDB —, deputado Aécio Neves (MG), classificou a decisão como um "passo decisivo" para que os tucanos voltem a ter "protagonismo na política nacional".
Aécio afirmou que o partido representará uma força de centro. "Liberal na economia, inclusivo no social e pragmático na política externa", disse.
O "PSDB+Podemos" deverá ter direito, em 2026, à 6ª maior fatia de recursos públicos para financiamento de campanha.
Em 2026, a distribuição destes recursos se dará com base nos resultados de 2022 — para esse fim, será utilizado a soma dos deputados eleitos pelos dois partidos: 25, e não os 28 parlamentares atuais.
Na prática, isso quer dizer que a fusão, ao ser oficializada, terá direito a um fundo partidário maior e a maiores fatias do fundo público de financiamento de campanha — o Fundo Eleitoral — e do tempo de rádio e TV.
A expectativa, dos dois lados, é que isso possibilite maior investimento em campanhas e favoreça a eleição de correligionários no próximo ano, o que driblaria a cláusula de barreira.
A partir de 2027, para que os partidos tenham direito ao tempo de TV e rádio e ao fundo partidário, será preciso:
A avaliação de tucanos é que fusão com o Podemos poderá estancar o declínio do PSDB – e garantir que o fator histórico da sigla seja mantido ao longo dos próximos anos.
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