A Justiça condenou os irmãos Luciano Roque de Souza, também conhecido como “Guila”, e Cristiano Fernando Roque de Souza, o “Burca”,a 27 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão em regime fechado. Eles foram autores de latrocínio em um sítio na Fazenda do Estado em Marília no dia 10 de janeiro deste ano. A vítima foi o sitiante e comerciante Tadao Tanikawa, de 78 anos, que lutou com os marginais.
A decisão é do juiz da 2ª Vara Criminal de Marília, Paulo Gustavo Ferrari e cabe recurso.
“Em razão da quantidade de pena e da reincidência de Cristiano, além da extrema gravidade do crime, que causa repulsa e retira a tranquilidade da população os réus deverão cumprir a pena privativa de liberdade em regime fechado. Acrescenta-se ainda que o crime de latrocínio é hediondo”, disse.
O CASO
Policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Marília, em conjunto com equipe de Guaimbê (cerca de 40 quilômetros de Marília), prenderam os acusados dias após o crime. Eles mataram com requintes de crueldade o fruticultor Tadao Tanikawa.
Um terceiro e até um quarto indivíduo envolvidos no latrocínio estão envolvidos no crime, mas não tiveram a identidade divulgada. Um deles conduziu o carro que levou os irmãos para cometer o crime, no final da tarde e os buscaram após a ação.
Os irmãos relataram à polícia que estavam sem dinheiro e por isso resolveram roubar sacos de milho no sítio, onde já haviam trabalhado para a vítima. Na ação, acabaram matando o idoso com um objeto contundente.
Investigações comandadas pelo delegado Luiz Marcelo Perpétuo Sampaio, concluíram que os ‘Burca’, e ‘Guila’, tinham como objetivo de roubar dinheiro que ele guardava na propriedade.
O corpo do fruticultor foi localizado na manhã do dia 11, a cerca de 50 metros da entrada do sítio onde plantava manga e abacate. O carro dele, um VW Gol com placas de Guaimbê estava “mais à frente, encalhado num buraco de erosão na beira da estrada, com as chaves no contato”, explica nota divulgada pela DIG.
Na verdade, Tadao havia sido gravemente agredido e ferido pelos assaltantes, mas ainda assim conseguiu se desvencilhar deles e tentar fugir com o carro, que acabou encalhando. O corpo tinha ferimentos na testa, boca e nuca, onde também havia uma perfuração.
Tadao morava no sítio com a irmã Yoshie Tanikawa. Ela contou que na noite do dia 10, o irmão entrou em casa ensanguentado com ferimentos na cabeça, pedindo que ela se escondesse de ladrão na propriedade. Yoshie se refugiou no pomar e passado a noite toda escondida ao relento, sob forte temporal, não tendo visto ou ouvido as pessoas que invadiram a propriedade e agrediram Tadao, apurou o delegado Luiz Marcelo Pérpetuo Sampaio, titular da DIG. Yoshie faleceu cerca de dez dias depois, internada em um hospital.
Só na manhã seguinte o corpo do irmão foi encontrado na estrada e a polícia acionada para as providências necessárias. A idosa, debilitada de saúde, faleceu dias depois de internada em hospital em Marília.
Tadao costumava guardar valores em dinheiro na residência, segundo a polícia, mas não foi possível apurar quanto foi subtraído na ocasião.
‘Burca’ e ‘Guila’ conheciam a propriedade e os hábitos do sitiante, já que teriam trabalhado no local na colheita de frutas. A perícia indica que Tadao teria lutado contra os ladrões, visto que um pedaço da parte superior da dentadura e um pedaço da camisa dele foram localizados próximos da entrada da garagem.
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