Após mais de 16 horas de debates, o Tribunal do Júri de Marília condenou os quatro réus acusados de matar Neto Alonso, de 21 anos, em sessão que terminou na madrugada desta quinta-feira (27). Eles podem recorrer, porém estão presos.
Fernando Henrique Klem Carneiro, que era o único em liberdade atualmente, foi condenado a 21 anos pelo homicídio e absolvido da acusação de ocultação de cadáver. Ele foi preso no plenário do Júri.
Já Edson Alves dos Santos foi condenado a 25 anos por ambos os crimes, assim como Bryan Bruno Santos. Vitória Beatriz Pereira De Souza, por sua vez, foi condenada a 22 anos por homicídio e ocultação de cadáver. Os três já estavam presos.
O CASO
Segundo a investigação da Polícia Civil, Dirceu Hilário Ortega Alonso, mais conhecido como Neto Alonso, era usuário de cocaína e no dia do crime recebeu drogas de Fernando para vender, mas consumiu os entorpecentes.
Conforme despacho do juiz responsável, o caso diz respeito a suposto homicídio hediondo em que uma das possíveis qualificadoras envolve motivo torpe qualificado pela dívida de entorpecentes.
“É patente a periculosidade dos acusados, eis que, segundo denúncia, por motivo torpe (dívida de drogas), deliberaram matar a vítima Dirceu”, escreve o magistrado.
“Bryan, Edson e Fernando conduziram-na até o interior do imóvel da corré Vitória e passaram a desferir vários golpes na cabeça do ofendido, com agente corto-contundente, levando-o a óbito, sendo que Vitória ficou em frente à residência vigiando, assegurando a consumação do delito”, consta no despacho.
“Ainda, para ocultar o crime e obstar a persecução penal, jogaram o cadáver da vítima em um penhasco”, completa o juiz na manifestação.
O corpo de Neto Alonso, em estado avançado de decomposição, foi encontrado no dia 12 de janeiro no penhasco de aproximadamente 80 metros de altura e difícil acesso. Os bombeiros precisaram de apoio do helicóptero Águia da Polícia Militar para fazer o resgate.
As investigações se seguiram após os policiais encontrarem o corpo da vítima e Bryan Bruno Santos, Edson Alves, Fernando Henrique Klem Carneiro e Vitória Beatriz Pereira de Souza foram apontados como suspeitos. A prisão de Bryan, Fernando e Vitória aconteceu em fevereiro e março de 2019.
O quarto suspeito, Edson Alves, estava foragido e foi preso apenas em abril do mesmo ano depois de ser encontrado em uma casa na rua Severino Zambon, no Núcleo Habitacional Nova Marília. Ao menos três deles foram mantidos presos em decisão de 2021.
Um laudo confirmou que a vítima sofreu traumatismo craniano e múltiplas fraturas na face, dois dias depois do corpo ter sido encontrado. No dia 14 de janeiro de 2019, Neto Alonso foi enterrado, sem velório, no Cemitério da Saudade.
Na época, o prefeito Daniel Alonso divulgou nota dizendo lamentar o ocorrido e que essa era uma grande tragédia para toda família.
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