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Por Adilson de Lucca

Juíza quer projeto e cronograma para "se convencer" sobre mais prazo para desocupação do camelódromo


O promotor de justiça de Defesa do Consumidor, José Alfredo Sant'Anna, está irredutível sobre o pedido da Prefeitura de Marília para extensão do prazo dado pela juíza Paula Jaqueline Bredariol de Oliveira, da 1ª Vara Cível do Fórum de Marília , para interdição e desocupação do camelódromo do Terminal Urbano, no centro da cidade. O prazo determinado pela Justiça é de 30 dias. O rolo com ação judicial sobre o problema se arrasta desde 2012.

Em reunião com representantes da Prefeitura, da Câmara Municipal e dos camelôs, no Fórum de Marília, na tarde desta terça-feira (11), a juíza Paula Jaqueline solicitou ao procurador-geral do Município, Ricardo Mustafá, a apresentação de um projeto e cronograma sobre os serviços que serão realizados para adequação do camelódromo à normas de segurança e expedição do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. Mustafá se comprometeu a "corre atrás" dos pedidos.

"A juíza disse que, se ela gostar do que ver, uma coisa bem sólida, ela vai deixar (estender o prazo para desocupação). Se convencer ela, vai dar certo", disse Luíz André Marques, o Tiquinho, presidente da Associação dos Trabalhadores no Camelódromo, que esteve presente na reunião.

Tiquinho disse que o "estopim" para a manifestação dos camelôs na porta da Prefeitura, ontem, foi a liminar conseguida pela Prefeitura no Tribunal de Justiça do Estado, para ficar desobrigada de realocar os ocupantes de boxes do camelódromo em caso de desocupação do local. "Quando vimos isso decidimos reagir e subir na Prefeitura", comentou.

Tiquinho em reunião com ocupantes de boxes no camelódromo

PROTESTO NA PREFEITURA

Após protestos e uma reunião de cerca de duas horas entre uma comissão de representantes dos 180 camelôs do Camelódromo, o prefeito Daniel Alonso e assessores, na manhã de ontem na Prefeitura, ficou definido que poderão ser feitas as adequações solicitadas pela Justiça no centro de compras sem a necessidade da desocupação do local. Mas, isso depende de autorização da Justiça.

"Boa parte das exigências de medidas de segurança no Camelódromo já foram feitas, de acordo com exigências do Corpo de Bombeiros. Há possibilidade do restante ser feito sem a necessidade de desocupação", explicou o diretor de Imprensa da Prefeitura, Mauro Abreu.

Também ficou definido que os camelôs devem se organizar em condomínio e, após a conclusão das adequações, não permitirem mais construções irregulares e ações fora dos padrões de segurança no local, como encanamento de gás e ligações elétricas clandestinas, mantendo o projeto original do camelódromo, que atualmente reúne 180 boxes. “Queremos que todos vocês trabalhem e prosperem, num camelódromo cada vez melhor”, afirmou o prefeito na reunião.

Prefeito Daniel Alonso fala com camelôs na porta da Prefeitura




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