Justiça autoriza quebra de sigilo telefônico de acusado de tentativa de homicídio em briga de trânsito, em Marília

Alexandre Bernardi segue internado em estado grave na UTI do H.C

Enquanto o autônomo Alexandre Bernardi, de 38 anos, segue internado há dois meses na UTI do Hospital das Clínicas, a Justiça autorizou quebra de sigilo telefônico de envolvidos no caso de agressão em briga de trânsito, na qual ele foi violentamente espancado.

Um motorista, Thiago Carrara, é acusado de tentativa de homicídio e omissão de socorro. A ocorrência foi registrada na noite de 8 de fevereiro, próximo ao Marília Shopping.

O Tribunal de Justiça (TJ/SP) confirmou a quebra de sigilo telefônico e rejeitou pedido da defesa para suspender a medida, bem como um pedido para trancar a ação penal.

A defesa alega que a denúncia tem vícios e a quebra do sigilo é “inadequada”. “Desproporcional que afeta gravemente a intimidade e privacidade dos investigados.”

O desembargador negou a liminar, mas o Habeas Corpus segue em tramitação na Câmara Criminal.

INFECÇÃO OPORTUNISTA E FRATURAS

Alexandre completa amanhã dois meses internado na UTI do H.C e enfrenta uma infecção oportunista. A mãe dele, Mária Amália, fez um relato da situação nas redes sociais. “Deitado em uma só posição por causa da fratura na 6° vértebra da coluna. Ainda com braço quebrado…sendo alimentado por sonda com traqueostomia”.

TRIBUNAL DO JÚRI

A Justiça acatou denúncia do Ministério Público e decidiu que o acusado pela tentativa de homicídio deverá ser pronunciado ao Tribunal do Júri. Ele foi ouvido e liberado pela Polícia Civil alguns dias após o crime.

Conforme apurado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e a denúncia do MPE, encaminhada à 3ª Vara Criminal, o acusado conduzia um veículo VW Saveiro, prata, por uma estrada de terra, quando foi ultrapassado pelo Toyota Corolla conduzido pela vítima, ocorrendo uma avaria lateral.

Os envolvidos seguiram o curso e o veículo de Alexandre foi interceptado na Rua dos Tucunarés. Começou uma discussão e o condutor da Saveiro passou a desferir socos em Alexandre.

As agressões seguiram até a vítima cair em um vão de quatro metros de altura, na lateral de um calçada nos fundos de um posto de combustível.

"Tentou matar Alexandre por motivo fútil, somente não consumando o intento por circunstâncias alheias à sua vontade e no mesmo local deixou de prestar assistência quando possível fazê-lo sem risco pessoal e não pediu socorro à pessoa gravemente ferida", explanou a denúncia do MP.

"Reação desproporcional à causa sob iminência gravíssima de queda e assumindo o risco de resultado morte".

Após Alexandre cair na vala, onde permaneceu desacordado, o agressor deixou o local cantando pneus. Estava acompanhado de um cunhado, que não participou do crime.

Populares acionaram o SAMU e a vítima foi encaminhada ao Hospital das Clínicas com múltiplas fraturas e hemorragias.