O segurança Dorival Soares dos Reis Neto, de 29 anos, que matou o próprio filho John Soares dos Reis Oliveira Dias, de seis meses. O crime ocorreu na manhã do dia 1° de março em um apartamento dos predinhos da CDHU, na zona sul da cidade. nos predinhos da CDHU, na zona sul de Marília e a mãe da criança, Amanda Aparecida Oliveira, de 23 anos, foram denunciados pelo crime.
Acompanhando relatório do inquérito policial, o promotor Rafael Abujamra denunciou Dorival por motivo fútil, com emprego de asfixia, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
A denúncia cita que o acusado submeteu o filho, que estava em sua guarda, com emprego de violência a intenso sofrimento físico, como forma de aplicar castigo pessoal.
O MP apontou que a mãe da criança (tendo obrigação de cuidado, proteger e vigiar o filho) se omitiu quando podia e devia agir para evitar os crimes.
“Mesmo ciente de seus ferimentos e agressões feitas por Dorival, ao invés de, por alguma forma, impedi-lo de seguir responsável pelos cuidados e autoridade do bebê e em tais comportamentos, omitiu-se, contribuindo, assim, para que as torturas e o homicídio ocorressem”, cita a denúncia.
Amanda deixava o filho sob os cuidados do pai, que abusava da autoridade paterna, descontente com o natural choro do bebê, apontam os autos. “Por fútil sentimento, passou a agredir o filho com tapas e mordidas, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal. Os ferimentos consequentes foram notados por Amanda”,
Dorival, conforme a denúncia, "seguiu com as agressões ao bebê, mesmo sabendo da fragilidade fisiológica e indefesa da crianças. Teriam sido tapas na cabeça, nádegas e na barriga com incomum brutalidade. Como se não bastassem as agressões, o homem ainda teria asfixiado o filho, impondo-lhe sofrimento físico e mental atroz e desnecessário.
A necropsia concluiu que o corpo da criança possuía sinais evidentes de maus-tratos, como diversas mordeduras humanas com variações cromáticas, que caracterizariam tempos distintos em que as agressões teriam ocorrido.
A denúncia foi recebida pela juíza Josiane Patrícia Cabrini Martins Machado. Ela também negou pedido de prisão domiciliar a Dorival.
“Consigno que, ao menos por ora, não vislumbro motivos para revogação da prisão preventiva do acusado, na medida em que permanecem íntegras as razões que serviram de lastro às referidas decisões, as quais deixo de expor a fim de evitar improfícua repetição, já que não houve qualquer alteração fática relevante”.
IRRITADO COM O CHORO DA CRIANÇA
Conforme publicado pelo JORNAL DO POVO, Dorival confessou ao delegado Edner Rogério Ferreira, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), de Marília, que matou John e afirmou que vinha agredindo a criança há algumas semanas e hoje "ficou irritado" ao ouvir o choro da criança. Havia marcas de mordidas e hematomas pelo corpo do bebê.
Disse que deu vários tapas fortes na cabeça do bebê e outras partes do corpo. Como a criança não parava de chorar ele a levou para o chuveiro e depois a colocou deitada no berço em decúbito ventral.
Dorival falou ainda que após deixar a criança sozinha no quarto, permaneceu assistindo a um filme e somente voltou a ver o filho quando o filme já havia terminado. Ao entrar no quarto da criança, percebeu que ela não respirava.
Diante disso, ele chamou pela cunhada Ariele que reside no mesmo prédio de apartamentos. Ela viu a criança e providenciou o acionamento do SAMU, sendo a criança socorrida ao Hospital Materno Infantil, onde não resistiu aos ferimentos suportados e faleceu em decorrência das agressões físicas que havia sofrido.
Ao tomar conhecimento da morte da criança e das agressões feitas contra ela pelo pai, moradores do condomínio passaram a agredir Dorival. Ele foi salvo de linchamento por policiais militares que atenderam a ocorrência.
Diante da morte da criança e dos anteriores atos de agressão física feitos pelo indiciado, aliado à sua confissão, ele foi autuado em flagrante delito pelo crime de homicídio qualificado (motivo fútil, tortura e recurso de impossibilitou a defesa do ofendido).
SEM PERÍCIA E APARTAMENTO DESTRUÍDO
Além de espancarem e tentarem linchar o assassino, os moradores não permitiram perícia técnica no local do crime e destruíram quase tudo no apartamento onde Dorival morava com a esposa. Ela foi ouvida na DIG por cerca de duas horas e dispensada em seguida.
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