Ladrão que participou de sequestro de motorista e roubo de carreta em empresa de Marília é condenado a quase 14 anos de cadeia
- Adilson de Lucca
- 19 de jul.
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Atualizado: 20 de ago.

Um homem acusado de roubar uma carreta na zona norte de Marília, junto com comparsas sob ameaças com revólveres e pistolas, foi condenado a 13 anos e 7 meses e 10 dias de reclusão em regime fechado. Também deverá reparar o dano causado à vítima em R$ 238.000,00 (referentes à carreta).
A decisão é da juíza Josiane Patrícia Martins Machado, da 1ª Vara Criminal do Fórum de Marília e cabe recurso, mas o réu, que está preso e é reincidente, não poderá recorrer em liberdade.
O CASO
Conforme os autos, Denys Peixoto Alves, no dia 5 de novembro de 2023, por volta de 16h, na Rua Moacir Simões, Distrito Industrial, zona norte de Marília, com outros indivíduos não identificados, com o emprego de armas de fogo (revólver calibre 38 e pistolas), renderam o motorista Diego de Oliveira Vergana e roubaram um caminhão Scania/P 114, cor vermelha, ano 1998, um semirreboque da marca SR/LIBERATO SRCA 4E, cor preta e um aparelho celular da marca Motorola, avaliados em R$ 344.75.
A vítima e dono do caminhão, disse que carregou o caminhão na cidade de Jacutinga/RS, no dia 28 de setembro de 2023, saiu da cidade descarregando as mercadorias em diversas cidades, sendo que a última foi na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo/SP, no dia 04 de outubro de 2023; após descarregar a mercadoria, o declarante entrou no aplicativo Fretebrás, com seu perfil com disponibilidade para realizar transportes.
Esclareceu que ao entrar no aplicativo procurando mercadorias para transportes, o perfil fica disponível para todas as empresas, sendo que o contato é feito pelo aplicativo do whatsapp.
Disse que foi contactado por uma empresa e acordaram de carregar produtos metalúrgicos em caixas, em Marilia, as 6h30 do dia 05 de outubro de 2023.
Conforme combinado o declarante chegou com seu caminhão, estacionou o veículo na rua, pois o portão estava fechado. momento chegou um indivíduo, alto, magro, branco, rosto "fino" com barba, trajando jaqueta marrom, calça jeans, e equipamento de proteção (capacete, colete refletivo), com uma prancheta em mãos.
Esse indivíduo se identificou como funcionário da empresa e iniciou a vistoria do veículo. Antes de finalizar a vistoria, o indivíduo pediu que manobrasse o veículo, de forma que ficasse com melhor acesso ao portão, que estava fechado.
Diego manobrou o caminhão, estacionou e esse mesmo individuo pediu que abrisse para verificar se não havia furos na lona. No momento em que foi abrir o "tombador", ouviu um barulho de freio de veículo e avistou dois indivíduos desembarcando de um veículo VW Gol, preto, sendo que o motorista ficou dentro do carro. Foi abordado pelos dois indivíduos que desembarcaram do veículo, sendo que eles eram magros e altos, sendo que um era branco, e o outro era pardo e estavam com arma de fogo, tipo pistola, cor preta, sendo que um deles lhe apontou a arma de fogo para o e anunciaram o roubo.
Diego foi levado para dentro do veículo VW Gol, onde estava o motorista, pardo, "meio gordinho", rosto "redondo", em posse de um revólver, calibre 38, niquelado, o qual mandou o declarante abaixar a cabeça e colocar as duas mãos no joelho. Perguntaram se tinha dinheiro e se tomava remédio e levaram para ele seus pertences que estavam no caminhão, enquanto outro indivíduo colocou um óculos escuro no declarante, que impedia por completo sua visão.
Cerca de aproximadamente 25 minutos, chegaram em um local, onde desembarcaram. Foi colocado no interior de um quarto e lá tiraram o óculos que estava usando.
Durante o período que estava no cativeiro, ainda no período da manhã o colocaram para falar com o motorista que estava com seu caminhão, para explicar onde tinha a chave do tanque para abastecer o veículo.
Enquanto estava no cativeiro, os indivíduos entravam e mandavam ele abaixar a cabeça, e lhe ofereciam água e comida. Disseram que o veículo seria utilizado para transportes de cigarros do Paraguai e que era para cooperar e nada de mal lhe aconteceria.
No dia seguinte, de madrugada, dois dos indivíduos ordenaram que Diego colocasse os óculos escuros novamente e o colocaram em um veículo e o levaram até um local, onde o colocaram em liberdade.
Lhe mandaram ficar de costas e sair somente após duas horas, pois teria alguém o observando. Quando começou a clarear o dia, saiu do local onde estava, até chegar em um posto de combustível, onde pediu ajuda.
Ao relatar o que lhe havia acontecido, soube que seu veículo foi abastecido naquele posto, pois o frentista lhe contou que por ali havia passado um caminhão, cujo motorista não sabia o local de abastecer o veículo.
Diego conseguiu rastrear o caminhão e a última checagem indicou que o veículo estava em deslocamento no Estado do Mato Grosso do Sul, no município Mundo Novo, onde foi interceptado pela polícia.
RELATO DO ACUSADO
O caminhão era conduzido por Denys. Ele relatou que foi contratado para dirigir um caminhão. Mandaram que ele esperasse chegar o trabalho em um hotel. Então foi até o local indicado. Era recém habilitado e não tinha muita experiência com caminhão.
Afirmou que foi contratado por uma pessoa que só entrava em contato por meio telefônico. Respondeu que recebeu o documento do caminhão para fazer o transporte e que abasteceu o veículo no posto de combustíveis. Disse que não tinha o telefone das pessoas com quem fazia contato.
Relatou que saiu de Santos para Marília e que não encontrou com pessoas, mas apenas falava por telefone. Indicaram-lhe um hotel, onde ficava descansando, e, na manhã seguinte, ia de veículo de aplicativo até o endereço.
Afirmou que não se lembrava onde pegou o caminhão, pois não conhece muito Marília, mas que tinha sido perto de uma empresa. Relatou que não tinha ninguém no caminhão e não achou estranho, enfatizando que nunca tinha trabalhado nessa área.
Disse que não tinha ciência de sofrer acusações por roubos semelhantes, mas somente da investigação em que os policiais foram até a sua casa. Respondeu que trabalhava de ajudante de marcenaria com o seu padrinho e tirou a habilitação para poder ter condições de criar seu filho.
Disse que foi a segunda vez que fez o serviço (dirigindo caminhão) e que não teve contato, pessoalmente, com ninguém, apenas por telefone e que não sabia que o caminhão era roubado. Só teve conhecimento desse fato quando foi preso no Mato Grosso.










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