Após a morte de uma menina, de 9 anos, pais e moradores de Osvaldo Cruz, organizaram uma carreata, nesta segunda-feira (16), cobrando melhoria no atendimento pediátrico no município.
A menina morreu na última quarta-feira (11) e, até o momento, ainda não saiu o resultado do exame que determina a causa da morte da criança.
De acordo com os pais da criança, ela se queixou de febre e fortes dores abdominais, onde passou por atendimento médico na unidade de saúde no bairro Primavera. Em um primeiro momento, ela foi medicada e pôde voltar para casa.
Entretanto, a menina não teve melhora e os pais a levaram até a Santa Casa de Misericórdia, em Osvaldo Cruz, mas ela não resistiu às dores e morreu.
Como forma de protesto, os familiares organizaram uma carreata cobrando melhoria no atendimento pediátrico no município, em que todos os participantes trajavam roupas pretas.
O trajeto foi até o Fórum, onde os manifestantes colocaram bexigas pretas, e terminou na Prefeitura.
O pai da menina, Adriano Kaneo Ashidate, contou sobre a dor de perder a filha e reivindicou mais médicos capacitados no atendimento infantil.“Não tem médicos capacitados, não tem pediatria, não temos UTIs [Unidades de Terapia Intensiva], crianças morrendo. Uma cidade desse tamanho sem pediatra de plantão, sem pediatra 24 horas, a gente precisa aqui na cidade. Essa é a reinvindicação”, afirmou o autônomo.
Ainda nesta segunda-feira, a Santa Casa de Misericórdia realizou uma coletiva de imprensa com o objetivo de dar explicações sobre o ocorrido. O coordenador do Pronto-socorro, Leonardo Menegon, explicou como foi o atendimento dado pelo hospital à criança.
“Ela foi prontamente atendida e medicada. O caso foi discutido com a médica pediatra, que orientou a coleta de exames e uma investigação mais aprofundada, foram feitos exames laboratoriais e exames de imagem. O fato é que, em poucas horas, ela evoluiu uma deterioração clínica fulminante e, em menos de oito horas dentro do serviço, ela veio a falecer”, esclareceu Menegon.
“Então, o que isso mostra: a gravidade da doença. Uma doença que acomete uma criança de 9 anos sem um antecedente patológico de doença conhecida e que, em 8 horas, culmina em uma deterioração clínica tão catastrófica revela, na verdade, a gravidade da patologia, a gravidade da doença”, completou.
A pediatra da Santa Casa de Misericórdia, Ivana Feliz Augusto, também explicou que há três fatores que influenciam na evolução de uma infecção:
a qualidade do hospedeiro, que seria o paciente, se ele tem uma boa saúde ou alguma doença de base, determina se essa doença vai evoluir mal ou não;
a quantidade de micro-organismos que invadem o organismo do paciente; e
a virulência do micro-organismo.
Diante desses fatores, a pediatra afirmou que, até o momento, a equipe médica não conhece qual foi o micro-organismo que ocasionou na morte da criança nem a sua virulência.
“Nós não sabemos se essa criança tinha uma doença de base prévia, provavelmente desconhecida. Era uma criança rígida, saudável, mas, às vezes, a gente é surpreendido com alguma coisa. De fato, nós necessitaríamos desse exame pós-óbito para poder esclarecer melhor esse caso”, afirmou Ivana.
A Santa Casa de Misericórdia instaurou uma sindicância interna para apurar os fatos, juntamente com toda a administração do hospital, a Polícia Civil e também o Ministério Público.
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