J. POVO- MARÍLIA
Mototaxista que matou professora com 32 facadas será julgado hoje no Fórum de Marília

Jefferson matou a professora Elisabete com várias facadas no pescoço
O Tribunal do Júri do Fórum de Marília realiza a partir das 9h da manhã desta quinta-feira (4), o julgamento do mototaxista Jeferson Carlos da Silva, 31 anos, autor do bárbaro feminicídio contra sua namorada, a professora Elisabete Aparecida Ribeiro, de 37 anos, crime ocorrido na Zona Norte de Marília na manhã do dia 10 de janeiro de 2018.
Em caso de condenação, Jefferson, que está preso desde pode pegar até 30 anos de reclusão.
Ele foi denunciado pelo Ministério Pùblico Estadual por por homicídio quadruplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio). O réu está preso na Penitenciária de Marília desde março de 2018, quando foi capturado em uma praia do litoral paulista.
O CASO
Jefferson alegou que durante uma discussão por dívidas no cartão de crédito de Elizabete, no apartamento onde ela morava, no Residencial Palmital, na Zona Norte de Marília, desferiu vários 32 golpes de faca contra o pescoço e tórax da vítima, que morreu no local.

Jefferson ao ser preso por policiais civis de Marília, em Praia Grande
"JAMAIS VÃO ME VER DE VOLTA"
Após o crime, o assassino fugiu do local em uma motocicleta, Foi até a casa de familiares, na Vila Altaneira, onde chegou sujo de sangue e dizendo que "tinha feito uma besteira sem volta". Revelou o crime à mãe e à uma irmã e falou ainda que "jamais iriam vê-lo de volta".
A irmã dele foi até o apartamento de Elizabeth e em companhia da síndica do condomínio, chamaram pela professora, que não respondia. Apenas o cachorro latia no apartamento. A polícia foi acionada, arrombou a porta e encontrou a vítima já sem vida.
Ele foi preso por policiais civis da D.D.M e DIG de Marília no dia 1° de março de 2018, na cidade de Praia Grande, no litoral sul paulista.
“Apesar de não parecer muito, ele diz estar arrependido. Nós iremos levá-lo de volta para Marília. Por volta do meio dia estaremos na Central de Polícia Judiciária. Ele disse que irá dar sua versão também para a imprensa quando chegar em Marília”, disse o delegado Sebastião de Castro, no dia da prisão. Comentou que o assassino, ao perceber que seria preso, entrou em luta corporal com os policiais. "Rolamos na areia com ele", contou o delegado.

"AGIU SOB FORTE EMOÇÃO", DIZ ADVOGADO
O advogado Luiz Carlos Clemente, que atua na defesa do mototaxista, disse ao JORNAL DO POVO que a tese será que o acusado agiu sob forte emoção ao cometer o crime.
"Ele e a vítima viajaram juntos, curtiram férias juntos. Ocorre que houve atraso no pagamento dela, que era funcionária pública e não deu para quitar as dívidas do cartão de crédito com as despesas das viagens. Aí, ela queria que ele pagasse as contas e acabou havendo a discussão. Inclusive, no estado de ânimos exaltados dos dois, ela chegou a agredí-lo, inclusive deixando marcas de arranhões no pescoço dele. O casal perdeu o controle emocional e acabou acontecendo o fato lamentável", afirmou Clemente.
Ele disse que o réu está arrependido do crime. "Logo após a fatalidade ele se arrependeu, mas já era tarde. Ficou transtornado e acabou deixando a cidade", lembrou. Jefferson já tinha passagem pela polícia por denúncias de violência doméstica. Ele chegou a quebrar o braço de sua ex-mulher.
"FATALIDADE"
Quando chegou em Marília, um dia após sua prisão no litoral paulista, Jefferson falou rapidamente com a imprensa e disse: “Foi uma fatalidade o que ocorreu, uma discussão tola. Se ela não tivesse desferido golpes contra mim, depois da discussão, nada disso teria acontecido”.
Elizabete dava aulas na Emef Américo Capelozza. Também lecionou na Emef Edmea Sola. O corpo da professora foi sepultado em Lins, onde moram seus familiares.

