J. POVO- MARÍLIA
Mototaxista que matou professora com 32 facadas é condenado a 21 anos e 6 meses de cadeia

Em julgamento no Fórum de Marília nesta quinta-feira (4), o mototaxista Jeferson Carlos da Silva, de 31 anos, foi condenado a 21 anos e 6 meses de reclusão regime fechado pelo assassinato da professora Elisabete Aparecida Ribeiro, de 37 anos, após uma discussão motivada por uma dívida, em crime ocorrido em janeiro de 2018.
A juíza da 1ª Vara Criminal, Josiane Patrícia Cabrini Martins Machado decretou a sentença e negou ao réu direito de recorrer em liberdade. O Tribunal do Júri acatou a tese de homicídio quadruplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio). O CASO
Jefferson está preso na Penitenciária de Marília desde março de 2018, quando foi capturado em uma praia do litoral paulista.
Ele alegou que durante uma discussão por dívidas no cartão de crédito de Elizabete, no apartamento onde ela morava, no Residencial Palmital, na Zona Norte de Marília, se descontrolou e desferiu vários 32 golpes de faca contra o pescoço e tórax da vítima, que morreu no local.
"JAMAIS VÃO ME VER DE VOLTA"
Após o crime, o assassino fugiu do local em uma motocicleta, Foi até a casa de familiares, na Vila Altaneira, onde chegou sujo de sangue e dizendo que "tinha feito uma besteira sem volta". Revelou o crime à mãe e à uma irmã e falou ainda que "jamais iriam vê-lo de volta".
A irmã dele foi até o apartamento de Elizabeth e em companhia da síndica do condomínio, chamaram pela professora, que não respondia. Apenas o cachorro latia no apartamento. A polícia foi acionada, arrombou a porta e encontrou a vítima já sem vida.
Ele foi preso por policiais civis da D.D.M e DIG de Marília no dia 1° de março de 2018, na cidade de Praia Grande, no litoral sul paulista.
“Apesar de não parecer muito, ele diz estar arrependido. Nós iremos levá-lo de volta para Marília. Por volta do meio dia estaremos na Central de Polícia Judiciária. Ele disse que irá dar sua versão também para a imprensa quando chegar em Marília”, disse o delegado Sebastião de Castro, no dia da prisão. Comentou que o assassino, ao perceber que seria preso, entrou em luta corporal com os policiais. "Rolamos na areia com ele", contou o delegado.
FORTE EMOÇÃO
A defesa do mototaxista sustentou no processo que o acusado agiu sob forte emoção ao cometer o crime.
"Ele e a vítima viajaram juntos, curtiram férias juntos. Ocorre que houve atraso no pagamento dela, que era funcionária pública e não deu para quitar as dívidas do cartão de crédito com as despesas das viagens. Aí, ela queria que ele pagasse as contas e acabou havendo a discussão. Inclusive, no estado de ânimos exaltados dos dois, ela chegou a agredí-lo, inclusive deixando marcas de arranhões no pescoço dele. O casal perdeu o controle emocional e acabou acontecendo o fato lamentável", afirmou o advogado Luiz Carlos Clemente, no decorrer do processo.
Ele disse que o réu estava arrependido do crime. "Logo após a fatalidade ele se arrependeu, mas já era tarde. Ficou transtornado e acabou deixando a cidade", lembrou. Jefferson já tinha passagem pela polícia por denúncias de violência doméstica. Ele chegou a quebrar o braço de sua ex-mulher.
"FATALIDADE"
Quando chegou em Marília, um dia após sua prisão no litoral paulista, Jefferson falou rapidamente com a imprensa e disse: “Foi uma fatalidade o que ocorreu, uma discussão tola. Se ela não tivesse desferido golpes contra mim, depois da discussão, nada disso teria acontecido”.
Elizabete dava aulas na Emef Américo Capelozza. Também lecionou na Emef Edmea Sola. O corpo da professora foi sepultado em Lins, onde moram seus familiares.

