Nesta segunda-feira (4), data que completa duas semanas do grave acidente, Claudino ainda se emociona ao lembrar do que passou em 21 de agosto de 2023.“Eu estava a pé no acostamento, nem no carro eu estava, foi Deus que esteve ali do meu lado o tempo todo. Eu nasci de novo”, relata.No dia em questão, o comerciante, que mora em Marília, saiu de casa com a pontualidade de sempre. "Como faço todos os dias, saí às 5h30 da manhã para ir pra rodovia", pontua.Ao lado de outras duas pessoas, o vendedor de cocadas escolheu ficar na altura do quilômetro 314 da BR-153, em Campos Novos Paulista. A escolha foi uma estratégia de vendas, já que o trecho passava por obras e o tráfego fluía em sistema "Pare e Siga".“Resolvemos ficar ali mesmo. Primeiro trabalhamos no sentido Marília - Ourinhos, quando deu por volta das 11 horas da manhã, eu troquei de lugar e fui para o sentido contrário", relembra.As memórias de Claudino sobre aquele dia passam a ficar escassas a partir deste momento com a aproximação do acidente, registrado por volta das 13h. "Comecei a vender no sentido contrário, fiz o último carro ali na fila oferecendo os doces, daí eu não lembro de mais nada, só de acordar no hospital e o povo falando do acidente”, conta o vendedor.De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), um caminhão baú que seguia no sentido Marília (SP) da pista perdeu o freio durante uma ultrapassagem irregular e causou uma batida em sequência, que envolveu três carros e outro caminhão. Todos estavam parados na pista por conta das obras.Quatro pessoas morreram no acidente. Três delas eram da mesma família e estavam no mesmo carro. O motorista de um outro automóvel envolvido na colisão também morreu no local.Além das quatro mortes, outras cinco pessoas se feriram no engavetamento e precisaram de atendimento hospitalar: c caminhoneiro que ocasionou o acidente; mãe e filho que seguiam num terceiro carro; o quarto ocupante do veículo onde três pessoas da mesma família morreram; e Claudino Lopes, o único que estava a pé no momento da batida.Dores da recuperaçãoO vendedor ambulante foi levado para o Hospital das Clínicas de Marília, onde recebeu atendimento médico e, aos poucos, pôde assimilar o que havia acontecido.Apesar da rápida liberação do hospital, que veio no dia seguinte, Claudino continua sofrendo com as marcas físicas e psicológicas deixadas pelo acidente."Agora me encontro numa cama com o joelho quebrado, sem poder fazer nada. Só eu trabalhava, minha esposa está parada, mas ainda bem que ela está em casa, porque, se não, eu estaria perdido. Eu não levanto para nada aqui no sofá, eu estou tomando banho de pano, minha situação está horrível", relata.
Comments