Nova federação de partidos aumenta bancada na Câmara de Marília e empurra o vereador Féfin para bloco governista
- J. POVO- MARÍLIA
- 30 de abr.
- 3 min de leitura

Formalização da federação União Progressista, que resultou na fusão do União Brasil com o Progressistas (PP), nesta terça-feira (29), em Brasília, vai provocar a ampliação da bancada do PP na Câmara de Marília.
Atualmente, a bancada conta com três vereadores: Thiaguinho, Élio Ajeka e Wellington Corredato, o Batata. Pela nova federação, o vereador Júnior Féfin, do União Brasil, vai integrar a nova bancada, que dá sustentação ao prefeito Vinícius Camarinha (PSDB) e passará a contar com quatro parlamentares.
A nova bancada iguala-se à federação PSDB/Cidadania, que também tem quatro vereadores (Danilo da Saúde, Luiz Nardi, Marcos Custódio e professor Galdino). Caso seja formalizada a fusão PSDB/Podemos, em nível nacional, a bancada somará cinco vereadores, incluindo Fabiana Camarinha (Podemos).
O PP é a maior força política dentro do governo municipal, a partir do vice-prefeito e presidente local da sigla, Rogério Alexandre da Graça, o Rogerinho, além do secretário de Meio-ambiente e Serviços Públicos, Mário Rui e outros correligionários em cargos comissionados.

Vereador Batata, vice-prefeito Rogerinho, vereador Júnior Féfin, vereador Ajeka
e vereador Thiaguinho - (foto produzida)
POSIÇÃO
A expectativa é que a presença de Júnior Féfin, que cumpre seu segundo mandato no Legislativo, seja meramente figurativa em termos de afinidade político/partidária.
Ele mesmo já comentou o assunto em tom irônico com na sessão camarária desta semana.
"Formaremos a maior bancada desta Casa... Isso não significa que votaremos da mesma forma", completou.
"SUPERFEDERAÇÃO"
As tratativas entre União Brasil e PP são acompanhadas de perto por outros dirigentes partidários, que tentam projetar o tamanho do impacto da aliança nas campanhas de 2026.
A "superfederação", como tem sido chamada por lideranças de outros partidos, teria direito a receber a maior fatia, entre os 29 partidos registrados pelo TSE, do fundo público de financiamento de campanhas.
Levando em conta os valores distribuídos em 2024, uma eventual federação entre PP e União faria jus a quase R$ 1 bilhão em recursos públicos.
União Progressista em números
109 deputados federais — maior bancada na Câmara dos Deputados
13 senadores — terceira maior força dentro do Senado
1.336 prefeitos em todo o país — maior número de prefeituras, superando o PSD (889)
seis governadores — à frente de todos os outros partidos
R$ 953,8 milhões em fundo eleitoral (números de 2024) — maior fatia da distribuição e R$ 67 milhões a mais do que o segundo colocado, o PL
R$ 197,6 milhões em fundo partidário (números de 2024) — maior volume de recursos, superando o PL
PARTICIPAÇÃO NO GOVERNO
A federação une dois partidos que têm participação no governo e chefiam pastas na Esplanada.
Questionado sobre eventual desembarque do União da Esplanada, Neto afirmou que isso ainda não está em discussão, mas defendeu que a federação seja um projeto alternativo ao governo Lula.
“Então eu acho que o tempo vai mostrar e o transcorrer das coisas vai comprovar que essa federação nasce para ser sustentação de um projeto alternativo ao atual governo federal e ao próprio presidente Lula”.
PP e União Brasil já são parceiros de longa data: os dois surgiram de um racha no antigo PDS, sigla que concentrou as principais forças políticas de direita após a Ditadura Militar, mas que se partiu diante de dissidências internas na discussão sobre o movimento Diretas Já. Mesmo separados, mantiveram proximidade ideológica, e uma postura constante de colaboração na ocupação de espaços políticos. Com a federação, os dois terão não apenas a maior bancada no Congresso Nacional, como também a maior parcela do fundo eleitoral em 2026 e uma base de apoio de mais de 1,3 mil prefeitos.
Já o bloco, de nome União Progressistas, deverá inicialmente apoiar a candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, ao Planalto. Seu nome, porém, enfrenta divergências internas mesmo no União Brasil, havendo possibilidade da federação acabar mudando de rumo antes do pleito.

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