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O silêncio do inocente? Inquérito do psiquiatra acusado de crimes sexuais contra pacientes segue para o MP, em Marília

  • Adilson de Lucca
  • há 8 horas
  • 2 min de leitura
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Em seu interrogatório presencial, feito pela Delegacia de Defesa da Mulher, na sexta-feira (31), na Penitenciária de Gália (onde está recolhido em cela isolada), o psiquiatra Rafael Pascon dos Santos, de 42 anos, declarou ser inocente e se recusou a responder as perguntas. A defesa sustentou que ele só falará em juízo.

Pascon está preso preventivamente desde o último dia 22 acusado formalmente por 18 pacientes por crimes de importunação sexual e dois estupros.

O FILME

O filme O Silêncio dos Inocentes (1991), é protagonizado pelo ator Anthony Hopkins, que interpreta um médico psiquiatra. No roteiro, uma agente do FBI em treinamento, Clarice (Jodie Foster) é convocada por Jack Crawford (Glenn), da Unidade de Ciências Comportamentais do Bureau, para lhe propor um desafio: entrevistar o terrível Hannibal Lecter (Hopkins), um violento psiquiatra canibal que acabou sendo mantido em uma prisão de segurança máxima.

NO MP

Relatório do inquérito concluído com rapidez e eficiência pela delegada Darlene Rocha Costa Tozin, titular da DDM, segue para análise do Ministério Público Estadual. Nesta fase, o MP pode oferecer denúncia ou pedir mais diligências.

Além das denúncias em Marília, há outra em Garça e uma em Getulina, cidades onde o psiquiatra atuou na rede pública.

VÍTIMAS FRAGILIZADAS

Ao decretar o encarceramento do psiquiatra, a Justiça sustentou os argumentos da delegada: "Assegurar o andamento das apurações e proteger as vítimas. Em liberdade, ele poderia comprometer provas ou influenciar testemunhas, uma vez que as denunciantes estavam fragilizadas e receosas".

RELATO DE UMA DAS VÍTIMAS

“No momento em que a gente se dirigia para porta foi quando ele me abraçou e me deu um beijo na boca, mas eu virei o rosto e ele ficou beijando o meu pescoço dizendo que eu era cheirosa. Eu fiquei sem reação. Eu me afastei dele naquele momento e eu olhei o profissional. Em que eu olhei, ele perguntou se eu era tímida. Eu fiquei sem reação, não sabia o que responder e eu só queria sair daquele atendimento. Eu estava indignada com aquilo.”

PERPLEXIDADE

A defesa do médico se pronunciou em nota, citando que ele é inocente e apontando "profunda perplexidade" com a prisão dele.

NOTA OFICIAL DA DEFESA

A defesa do Dr. Rafael Pascon manifesta sua profunda perplexidade diante da decretação de sua prisão preventiva, medida extrema e absolutamente desnecessária, especialmente considerando que o investigado sempre se colocou à inteira disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos.

Reafirmamos, de forma categórica, que o Dr. Rafael Pascon é inocente das acusações que lhe têm sido imputadas e que jamais se furtou à investigação. Até o presente momento, ele sequer foi formalmente ouvido, o que demonstra a total falta de razoabilidade na adoção de medida tão gravosa.

A defesa confia que, com a análise técnica e parcimoniosa do caso, a Justiça reconhecerá a inexistência de elementos concretos que justifiquem a prisão e restabelecerá sua liberdade, permitindo que ele responda às apurações de forma digna e em respeito aos princípios constitucionais da presunção de inocência e do devido processo legal.

Por fim, reafirmamos nosso compromisso com a verdade e com a Justiça, certos de que os fatos serão devidamente esclarecidos e a inocência do Dr. Rafael Pascon restará plenamente demonstrada.

José Luiz Mansur Júnior

Advogado – OAB/SP 177.269

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