O diretor da ONG Spaddes (Proteção Animal) de Marília, Gabriel Fernando, acompanhado de um médico veterinário representante do CRMV e dois vereadores de Pompeia, protocolou no Ministério Público Estadual daquela cidade, nesta sexta-feira (15), pedido de prisão preventiva de um homem que aparece em imagens de câmeras de segurança agredindo um cão da raça pitbull com um banco de madeira, no Jardim América, naquela cidade.
"Agiu com extrema violência e crueldade", cita a petição protocolada no MPE. Aponta controvérsia entre as imagens e a versão do acusado. A ONG Spaddes realiza um excelente trabalho em Marília e região.
Maus-tratos, abuso e violência contra animais são crimes previstos por lei. A pena para quem praticar o crime contra cães ou gatos é de prisão, de dois a cinco anos, multa e perda da guarda do animal. Para casos de morte, a pena pode ser aumentada de 1/6 a 1/3.
Vereador Jorginho, o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Fábio Manhoso, o diretor operacional da ONG Spaddes, Gabriel Fernando e o vereador Rodolfo, protocolaram o pedido de prisão no MPE, em Pompeia
O CASO
O incidente aconteceu no útlimo domingo (10). Imagens também mostram que o homem perseguiu o animal antes de atacá-lo. Ele havia declarado em ocorrência policial que agiu para evitar que o cão mordesse pessoas. Nas imagens, uma mulher e uma crianças se assustam com a presença do cachorro na rua.
Elas invertem o sentido que caminhavam e o cão corre na mesma direção. As duas sobem na carroceria de uma caminhonete que estava estacionada nas proximidades. O cão rodeia o veículo, mas não mostra ameaça direta.
Em seguida, aparecem dois homens. Um deles portando um banco de madeira, com o qual imediatamente atacou o animal com vários golpes, quebrando o banco de madeira. Um homem que o acompanhava chega a falar: "bate na cabeça". O pitbull havia escapado de uma residência.
Durante a perseguição, é possível ouvir o momento em que um homem pede para acertar a cabeça do animal.
Neste momento, começam as agressões contra o cachorro, que grita de dor. As imagens do espancamento também foram registradas por câmeras de segurança, e nelas é possível ver o homem que segura o banco de madeira agredindo violentamente o cachorro.
O objeto usado nas agressões chega a quebrar durante o ato, mas o indivíduo continua. O animal agoniza, permanece no chão e, após alguns instantes, morre.
Após o espancamento do animal, o suspeito do crime caminha pela rua, ao lado de outros dois rapazes, com pedaços de madeira nas mãos.
Na sequência, ele chega a discutir com o motorista de um carro que passa pela via, questionando se o condutor do veículo é o tutor do animal. "É seu, essa porr*?", diz. O agressor chega a ser contido por outros rapazes, mas continua gritando pela via e questiona quem é o tutor do pitbull.
REGISTRO POLICIAL
Segundo o boletim de ocorrência, o tutor do animal afirmou que o cachorro havia escapado da residência da família e foi avisado por sua esposa que o cachorro tinha sido encontrado morto a duas quadras de casa. Ele informou que o animal já havia escapado outras vezes e nunca avançou ou mordeu qualquer pessoa.
Em depoimento à polícia, o suspeito do crime contou que o pitbull tinha atacado o cachorro dele. Porém, segundo o registro policial, ele não apresentou qualquer animal ferido.
Logo após, o indivíduo afirmou que o cachorro havia atacado uma criança e, ao ser questionado onde estava a vítima ferida, disse que agiu antes que alguém fosse mordido.
O caso foi registrado como crime de ato de abuso a animais, ameaça e omissão de cautela na guarda/condução de animais. Ninguém foi preso.
Segundo a Polícia Civil, um inquérito policial foi instaurado para apurar o crime de maus-tratos, sendo necessários ainda depoimentos de testemunhas, proprietário do animal e do autor, em conjunto com análise de imagens de segurança próximo ao local.
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