Como explicar um sindicato que, tendo todas as oportunidades de defender sua categoria, prefere lamentar — e ainda é superado, dias depois, até pela própria administração municipal?
Essa é a dura realidade que envergonha os servidores de Marília.
No dia 30 de setembro de 2025, a diretoria do SINDIMMAR reuniu-se com a prefeitura (ata oficial), mais uma vez aceitando de braços cruzados o pretexto do “decreto de contenção de despesas”. Vanilda, de forma amadora, não contestou juridicamente, tecnicamente ou sequer exigiu definição clara sobre remanejamento de verba já contratualizada. Preferiu lamentar, como espectadora impotente da luta — quando deveria ser protagonista combativa.
A situação é ainda mais grave quando se olha para dentro do próprio sindicato. Vanilda já perdeu totalmente a capacidade de mobilizar a categoria — encontra resistência até para aprovar as contas do SINDIMMAR referentes aos anos de 2023 e 2024.
O descrédito é tamanho que nem as mínimas formalidades institucionais contam com o apoio dos servidores.
Apesar disso, continua utilizando a verba contributiva da categoria para fazer viagens improdutivas a Brasília, em viagens que servem mais para massagear seu ego do que para defender de fato os interesses dos trabalhadores de Marília.
É importante exemplificar:
A conversão da cesta básica em pecúnia jamais seria aumento de despesa, pois não criaria novo gasto para o município. O valor já está registrado no orçamento, empenhado para o pagamento do benefício na modalidade física (cesta). Transformar esse valor num crédito direto para o servidor significa apenas remanejar — e não ampliar — o compromisso do município.
Ou seja: se o orçamento municipal já contempla o valor da cesta para cada servidor, a modalidade de entrega (física x pecúnia) não interfere em acréscimo de custos, mas sim em modernidade, transparência e respeito ao servidor.
Negar esse ajuste, alegando o decreto, é distorcer o espírito da lei, que fala claramente em não criar novas despesas e cortar o supérfluo — jamais em proibir remanejamento de verba já empenhada.
Menos de uma semana após esse fiasco, o sindicato publicou nota em 06/10, reafirmando a incapacidade de reação da direção. E, para desnudar a total falta de preparo, no dia 31/10 a própria prefeitura anunciou na imprensa municipal projeto de lei para reajustar o valor da cesta de Natal dos servidores, reconhecendo atraso de três anos e prevendo correção com índice oficial.
Ora, como se pode alegar impedimento legal por “decreto”, se o próprio governo, dias após negar à mesa, encaminha reajuste formal à Câmara?
A resposta é simples — e dolorosa para a categoria: faltou liderança, sobrou amadorismo.
A incompetência da presidente do SINDIMMAR não apenas deixou a categoria sem conquistas; entregou ao governo o protagonismo sobre uma pauta histórica dos trabalhadores.
Sindicato que não contesta, mas repete desculpas do patrão, trai a classe que representa.
Enquanto Vanilda se exime, a administração assume para si o papel de valorizadora dos servidores, usando o tema como propaganda institucional. O paradoxo é evidente: o sindicato reduz sua função à simples legitimação da derrota e permite que até os adversários liderem as principais lutas da cidade.
O servidor municipal não merece amadorismo. Precisa de representação de verdade — que conhece a lei, contesta com técnica, articula politicamente e não aceita desculpas esfarrapadas do governo.
É hora de virar a página: ou o sindicato incorpora conhecimento e coragem, ou o servidor continuará a assistir à sua própria derrota, protagonizada até pelo patrão.
F.A.C – Coletivo Autônomo de Servidores
Comitê de Comunicação Institucional
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