A estudante de Engenharia Agronômica da Unimar, Amanda Cristina Borchardt, de 28 anos, embarca no final do mês para uma pesquisa científica no Habitat Marte, estação espacial análoga ao planeta vermelho localizada no semiárido brasileiro, a única no hemisfério sul.
A aluna da Universidade vai ficar na base, localizada no sertão do Rio Grande do Norte, entre os dias 30 de junho e 2 de julho, com mais quatro participantes da missão batizada como Demeter, em referência à deusa da colheita e da agricultura.
O projeto, que é mantido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e tem parceria com a Agência Espacial Brasileira, funciona em área impactada pela mudança climática, pela seca e escassez hídrica, localizada a 100 quilômetros de Natal (RN).
Na estação, Amanda vai estudar a produção de alimentos em ambiente controlado com estufa e aquaponia, gestão desses tipos de procedimentos, manutenção e melhoria de infraestrutura.
Habitat Marte simula condições análogas ao planeta vermelho no semiárido brasileiro
"Quando vi esse projeto me interessei por conciliar a minha paixão com o que estou estudando atualmente", explica a estudante que é natural de Santa Catarina, mas há um ano e seis meses mora em Marília.
"Viver como astronauta, isolada e só com condições autossustentáveis vai ser um grande aprendizado, tanto no meu desenvolvimento pessoal como profissional, poderei futuramente me especializar em agricultura espacial", completa Amanda.
De acordo com ela, pesquisas envolvendo a exploração espacial pode ser útil para o desenvolvimento de soluções sustentáveis na Terra.
A engenharia agrônoma em formação é comissária de bordo e se diz apaixonada por aviação e astronomia, com o hobby de consumir conhecimentos ligados a tais temas por meio de eventos, podcasts, filmes e documentários.
"Nos últimos anos tivemos muito avanços sobre a exploração espacial e ainda veremos muito mais, como o projeto Artemis da Nasa, em que o ser humano voltará para a lua. Acredito que nessa geração veremos o primeiro ser humano em marte", afirma Amanda.
A estação localizada no semiárido brasileiro tem o desafio de funcionar como um habitat autossustentável simulando situação que seriam operacionalizadas em futuras estações espaciais em Marte e Lua.
"A missão se volta a pensar avanços na área de agricultura espacial e também aplicações aqui na Terra", detalha a aluna da Unimar sobre os experimentos a serem desenvolvidos no Habitat Marte, em funcionamento há cinco anos, segundo os responsáveis.
Durante esse tempo cerca de 140 missões desenvolveram mais de 200 protocolos executados pelos chamados "astronautas análogos", durante simulações. As incursões no interior do Rio Grande do Norte já receberam mais de 900 participantes de mais de 40 países.
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