Equipe da Policia Federal em Marília cumpriu mandado de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (7), e apreendeu celulares de um homem, D.A.S, residente na zona sul da cidade, apontado como suspeito de envolvimento em crimes de hackers com criação de softwere e desvios de cerca de R$ 50 milhões através de fraudes no Auxílio Emergencial, com mais de 10 mil contas envolvidas.
Na casa do suspeito, havia sabão em pó espalhado pelo chão e um dos celulares foi encontrado pelos agentes dentro de uma caixa do produto. O homem, que disse ser comerciante de celulares, recebeu valores suspeitos em suas contas.
A ação da PF ocorreu a pedido da Delegacia de Polícia Federal em Campinas, na Operação Operação Apateones (fraude em grego), que buscou cumprir 47 mandados de busca e mais dois de prisão preventiva em uma ação contra as fraudes. O alvo é uma organização criminosa com focos em 12 estados e no Distrito Federal.
Ao todo, 37 envolvidos na operação estão sendo investigados pelos crimes de furto mediante fraude, estelionato e organização criminosa. As penas somadas ultrapassam 22 anos de prisão.
O advogado Ricardo Carrijo Nunes, que representa o homem investigado em Marília, disse que está averiguando os autos. "Buscamos saber os motivos das suspeitas sobre o nosso cliente e o porque dele ter sido alvo de buscas", resumiu.
Advogado Ricardo Carrijo Nunes: apurando os autos na Policia Federal
BRASIL
No Maranhão, dois mandados de busca e apreensão são cumpridos em São José de Ribamar e foi autorizado o bloqueio de bens e valores encontrados em nome dos investigados.Além do Maranhão, mandados expedidos pela 9ª Vara federal de Campinas estão sendo cumpridos em Goiás, Mato Grosso, Paraná, Paraíba, pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Tocantins e no DF.
Cartões bancários, máquinas para efetuar pagamentos e outros objetos foram apreendidos - veja lista de cidades com mandados abaixo. Os dois mandados de prisão são para Goiânia e Brasília.
Ao todo, 37 envolvidos na operação estão sendo investigados pelos crimes de furto mediante fraude, estelionato e organização criminosa. As penas somadas ultrapassam 22 anos de prisão.
"Após análises de RIFs (relatórios de inteligência financeira) e quebra de sigilos bancários, estima-se que a organização criminosa movimentou valores que ultrapassam os 50 milhões de reais, com mais de 10.000 (dez mil) contas fraudadas", disse a PF.
Cidades com busca e apreensão:
Brasília (DF): 2
Goiânia (GO): 13
Santo Antônio do Descoberto (GO): 1
São José de Ribamar (MA): 2
Alta Floresta (MT): 1
Juína (MT): 1
João Pessoa (PB): 1
Paulista (PE): 1
Recife (PE): 1
Jaboatão dos Guararapes (PE): 1
Paudalho (PE): 1
Teresina (PI): 1
Colorado (PR): 1
Rio de Janeiro (RJ): 1
Nova Iguaçu (RJ): 1
Machadinho d'Oeste (RO): 2
Ariquemes (RO): 3
Porto Velho (RO): 3
São Leopoldo (RS): 1
Guarulhos (SP): 1
Sorocaba (SP): 3
Ibiuna (SP): 1
Valinhos (SP): 1
Araras (SP): 1
Marília (SP): 1
Palmas (TO): 1
Investigação começou em 91 benefícios
As fraudes começaram a ser apuradas em agosto de 2020 após a Caixa Econômica Federal encaminhar informações à PF de Brasília sobre 91 benefícios do programa de renda complementar fraudados. Eles somavam R$ 54,6 mil e tinham sido desviados para duas contas bancárias de pessoa física e de pessoa jurídica, residente e sediada em Indaiatuba (SP).
Ao longo da investigação instaurada na Delegacia de Polícia Federal de Campinas "milhares de outras fraudes "foram reveladas, disse a PF.
"O rastreamento inicial das transações indicou que parte dos envolvidos nestas fraudes estava situada nos estados de Goiás e Rondônia, sendo este último, estado lugar de residência de familiares da pessoa física residente em Indaiatuba, SP.", completou a corporação.
Outra etapa da investigação descobriu que os beneficiários suspeitos receberam valores que pertenciam a 359 contas do Auxílio Emergencial. Os pagamentos eram feitos por pagamento de boletos e transferências bancárias.
Ao todo, 200 policiais federais estão na operação, denominada Apateones, que significa fraudadores, em grego.
Apuração de fraudes massivas
As apurações foram realizadas em conjunto entre Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, Caixa, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União. Este grupo foi denominado Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (Eiafae).
"O objetivo da atuação interinstitucional conjunta é a identificação sistemática de fraudes massivas e a desarticulação de organizações criminosas, com a responsabilização de seus integrantes e a recuperação de valores para o Erário", explicou a Polícia Federal.
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