
Dra. Darlene Costa, da DIG e dr. José Carlos Costa, chefe da CPJ
A Polícia Civil de Marília efetuou na manhã desta terça-feira (5), novas diligências relacionadas às investigações do atentado contra o então secretário municipal da Fazenda e atual chefe de gabinete da Prefeitura de Marília, Levi Gomes de Oliveira.
Por volta das 7h, os delegados José Carlos Costa, chefe da Central de Polícia Judiciária (CPJ) e Darlene Rocha Costa, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), acompanhados de oito investigadores, cumpriram cinco mandados judiciais de busca e apreensão, sendo um deles na casa do principal averiguado, na Zona Leste da cidade.
No local, foram apreendidos cerca de 120 cheques. Em outras residências alvos das buscas em Marília e Oriente, onde residem amigos do alvo da operação, foram apreendidos uma pistola, calibre 45, um revólver calibre 357 e uma espingarda, além de diversas munições e celulares. Todos foram conduzidos à CPJ, onde também esteve Levi Gomes. Ele não reconheceu nenhum dos averiguados como envolvidos no crime. Os averiguados foram ouvidos em termos de declarações e liberados. Os que tiveram armas apreendidas pagaram fiança de R$ 5 mil. O principal alvo da operação de hoje teve envolvimento com denúncias de atentados de cunho político, ocorridos em Marília em meados de 2008, incluindo agressões e incêndio criminoso em veículo. Foram mostradas a ele, hoje na CPJ, imagens de câmeras de monitoramento que flagraram parte da ação criminosa contra o secretário.

ATENTADO CONTRA LEVI GOMES
Por volta das 5h da manhã do dia 27 de abril, o secretário foi vítima de um atentado e escapou de três disparos de pistola calibre 380, quando caminhava por uma rua próximo à casa onde mora, na esquina da Rua Júlio Mesquita com a Avenida Cascata, proximidades da Santa Casa, no Bairro Maria Isabel, Zona Leste da cidade.
Desde então, ele deixou de fazer as caminhadas matinais e passeios à noite. "Perdi a confiança e a tranquilidade. Algumas medidas de segurança terei que tomar, medidas quanto à segurança, nada além disso".
Relatou que costumava sair geralmente depois das 6h da manhã para caminhar, mas o dia do atentado foi atípico e saiu mais cedo.
"Logo que dobrei a esquina ví um carro parado (um Honda Fit), com dois elementos). Não presto atenção em carro, mas esse teve um comportamento diferente, acelerava e ia um pouco à frente, depois esperava eu passar e ia de novo. Nesse vai e vem mudei meu roteiro, hoje. Num primeiro momento que passou ele não me viu porque eu estava atrás de uma árvore.
Ele fez uma volta no quarteirão e eu continuei andando. Por sorte havia um arbusto ali e tal e eu fiquei assustado, para ver esse cara passar. Quando ele passou voltou e me viu, aí tirou o braço para fora com uma arma, foi quando eu me joguei n o chão e me rastejei para fora da árvore. Ele atirou em minha direção, mas eu já não estava mais ali. Como aqui tem muitos vigilantes, motos, ele ouviu barulho de motos se assustou e fugiu", contou Levi.
"SE ABAIXOU, PEGOU A ARMA E COMEÇOU A ATIRAR"
Ele descreveu o indivíduo como negro e forte. "Não consigo entender a finalidade disso aí", afirmou. O secretário contou que o elemento não disse nada. "Se abaixou, pegou a arma e começou a atirar. Parou, botou o braço para fora e atirou". Levi entende que como o indivíduo era grande, não teve mobilidade para atirar de dentro do carro e lhe atingir.
O secretário disse que nunca sofreu nenhum tipo de ameaça nem intimidação. "Por isso eu caminhava tranquilo todos os dias, nunca tive segurança". Sobre eventual relação do atentado com seu cargo na Prefeitura, reconheceu que é "tido como muito enérgico e muito rígido".
"Estou lá há cinco anos e quatro meses, óbvio que desagradei muita gente, mas nunca imaginei que pudesse chegar a esse ponto o fato de ter agido corretamente. Nunca imaginei!".
Levi disse que não mudaria sua rotina de trabalho na Prefeitura. "Se tinha algum interesse nesse sentido, não vou mudar".
INVESTIGAÇÕES
Desde o dia do atentado, as investigações estão a cargo da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Marília. O delegado titular da especializada, dr. Luiz Marcelo Perpétuo Sampaio, disse ao JORNAL DO POVO, recentemente, que uma equipe trabalha no caso.
Mas não revelou os resultados das investigações, até agora. Ninguém foi preso. "Crimes contra a vida (homicídios e tentativas de homicídios) e roubos são prioridades em nosso trabalho. Todos. O caso do Levi Gomes segue sendo investigado, não paramos. Ocorre que dependemos de informações, cruzamentos de informações e outros elementos", explicou o delegado.
Sobre a existência de muitas câmeras de segurança na região onde ocorreu o atentando, as quais poderiam ter colaborado com as investigações, o delegado ressaltou: "Pois é, cinco horas da manhã ainda está bem escuro e a maioria das imagens de câmeras não são tão nítidas quanto esperamos".
Luiz Marcelo disse que muitos políticos "passam pela delegacia" buscando informações sobre o caso Levi Gomes. "Ele próprio vem aqui para saber como estão as investigações. Um caso de grande repercussão que queremos elucidar. Estamos trabalhando", resumiu o delegado.


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