A Polícia Civil de São Paulo indiciou o empresário Gleison Luís Menegildo pelo assassinato da adolescente Giovana Pereira, 16, que foi achada enterrada morta no sítio dele em Nova Granada (região de Ribeirão Preto), em agosto do ano passado.
O QUE ACONTECEU
Gleiso foi indiciado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e sem chances de defesa para a vítima. O inquérito será encaminhado ao Ministério Público de São Paulo, que decidirá se aceita as provas colhidas pela polícia e apresenta a denúncia à Justiça, se pede mais investigações ou se arquiva o caso.
Empresário já respondia por ocultação de cadáver após o corpo da jovem ser encontrado enterrado em seu sítio em 27 de agosto de 2024. Na época, ele chegou a ser preso pelo crime de ocultação, mas foi liberado mediante pagamento de fiança.
Na semana passada, Gleison voltou a ser preso temporariamente. A polícia encontrou evidências de que ele seria um dos responsáveis pela morte de Giovana, não apenas pela ocultação do cadáver. Além do empresário, também foram presos na semana passada o caseiro do sítio, Cleber Danilo Partezani, e um outro funcionário da empresa dele que não teve a identidade revelada. Os dois empregados de Gleison ainda não foram indiciados, segundo a Polícia Civil.
Giovana Pereira foi vista com vida pela última vez em dezembro de 2023. A família dela procurou a polícia para registrar o desaparecimento. O corpo da jovem só foi encontrado oito meses depois, enterrado no sítio.
APLICATIVO
Na época, Gleison disse à polícia que conheceu a adolescente 15 meses antes de ela ser morta por meio de um aplicativo de relacionamento. Ele afirmou que foi até o apartamento onde ela morava com uma amiga. De lá, foram até um motel no município de Mirassol. Segundo o empresário, os dois tiveram relação sexual, mas não houve consumo de drogas.
O empresário disse à polícia que não sabia que ela tinha 16 anos. Ele afirmou que, no dia em que se conheceram, ela mostrou uma cédula de identidade com a data de nascimento adulterada, para provar que tinha mais de 18 anos. Após o encontro, ele confirmou que transferiu uma quantia em dinheiro para ela, mas não revelou o valor. Gleison contou que ele e outro funcionário trocaram beijos com a adolescente dentro da empresa. Ele relatou que Giovana estava no local, no dia 21 de dezembro de 2023, que ele consumiu cocaína naquele dia e disse a Giovana que não a contrataria. Conforme o depoimento, em determinado momento, o empresário saiu da sala onde estavam para pegar uma cerveja e deixou um frasco contendo cocaína no local.
Disse que a adolescente usou o entorpecente sem sua permissão e passou mal. Um outro funcionário o alertou que a menina não estava bem e ele, ao perceber que Giovana havia morrido, entrou em "pânico completo".
Ele revelou que dois funcionários presenciaram tudo. Com o auxílio de um deles, colocou o corpo da jovem em sua caminhonete e saiu "dirigindo desnorteado". Inicialmente, pensou em jogar o corpo da adolescente em um rio, mas mudou de ideia com medo do corpo ser descoberto, e dirigiu até o sítio para enterrá-lo.
O caseiro do sítio confessou à PM que ajudou a abrir cova para enterrar a adolescente. Cleber Danilo Partezani afirmou que no dia 21 de dezembro de 2023, o patrão apareceu no sítio e pediu que ele abrisse um buraco em determinado local da propriedade, mas sem revelar detalhes de quem seria enterrado.
Empresário pediu segredo e admitiu que iria enterrar um corpo humano, segundo versão do caseiro. O patrão, porém, não informou se seria uma mulher ou homem, e retornou à propriedade em outros momentos para praticar tiro.