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J. POVO- MARÍLIA
16 de mai. de 20233 min para ler
Professora queimada no porta-malas de carro é sepultada na região. Assassino disse que ela se matou
Professora Eliana Pereira Neves foi sepultada na tarde desta segunda-feira (15)
Os restos mortais da professora Eliana Pereira Neves, de 52 anos, foram sepultados, na tarde desta segunda-feira (15), no Cemitério Municipal de Regente Feijó, 48 dias após o crime de feminicídio que a vitimou.
Até então, os restos mortais estavam no Instituto Médico Legal (IML), em São Paulo, para onde haviam sido encaminhados para a realização de um exame de DNA. O velório ocorreu durante um período de duas horas, das 15h30 às 17h30. O corpo da professora foi encontrado carbonizado dentro do porta-malas de um carro, no último dia 28 de março, na zona rural.As investigações encabeçadas pela Polícia Civil identificaram o autor do crime de feminicídio que vitimou a professora e Carlos de Souza, de 62 anos, está preso no Centro de Detenção Provisória de Caiuá.Relembre o casoConforme o delegado responsável pelas investigações sobre o caso, Airton Roberto Guelfi, a Polícia Militar recebeu um chamado de um produtor rural, no início da noite de 28 de março, alegando que um veículo estava pegando fogo em meio a uma plantação de soja.Os policiais foram até o local e, pela placa do veículo, conseguiram identificar que a proprietária era moradora de Regente Feijó. A Polícia Civil foi acionada e, enquanto se deslocava, a PM já havia feito contato com os familiares.No local, os agentes encontraram alguns parentes e iniciaram uma conversa para tentar entender o que poderia ter acontecido.“Durante a entrevista, o que chamou a atenção foi um possível envolvimento da proprietária do veículo com um homem de Regente Feijó. Nós identificamos, com os familiares, a residência desse cidadão e, imediatamente, a gente se deslocou até essa residência”, relatou Guelfi.Na casa do assassino, ele foi questionado sobre o possível relacionamento com a vítima e permitiu a entrada dos policiais.“No interior da casa, onde havia um pouco mais de luz, identificamos no braço dele algumas queimaduras que já remetiam à ideia, justamente, do incêndio do veículo, o que chamou atenção”, enfatizou o delegado.Além disso, os policiais verificaram outras inconsistências em relação à versão dada pelo homem, como, por exemplo, ele ter afirmado que ficou das 9h às 15h andando de bicicleta, porém, a Polícia Civil verificou que o transporte continha teias de aranha, dando indícios de que “não saía do lugar há um tempo”.O suspeito foi conduzido para a delegacia e, durante o interrogatório, o delegado apresentou todas as informações coletadas com testemunhas e perícias e o questionou sobre os fatos.“Ele acabou confessando que estava com ela no local. A única coisa que ele alega é que ela mesmo que buscou a morte. Ele alega que ela se matou através do fogo. A versão é basicamente essa, que ele estava no local e viu o carro pegando fogo e que, diante do pedido da vítima que queria se matar, ele se virou e foi embora”, afirmou Guelfi.Na residência, a Polícia Civil também localizou uma medida protetiva expedida por um juiz de São Paulo, que o proíbe de manter contato com a ex-esposa.Não há evidências de que ele tenha recebido ajuda para cometer o crime.TestemunhasSegundo o delegado, a colaboração da família e de testemunhas foi de fundamental importância para a investigação do caso, inclusive, apresentando contradições na versão inicial do envolvido.“Essas testemunhas disseram que no dia do crime, durante a tarde, haviam avistado os dois no interior do veículo. Então, isso foi fundamental para que a gente pudesse entender e, consequentemente, concluir que a versão dele não era a verdadeira”, analisou Guelfi.
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