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Prostituta que estava nua no colo do juiz bêbado que atropelou e matou ciclista na região diz que tentou assumir a direção do carro

  • Foto do escritor:  J. POVO- MARÍLIA
    J. POVO- MARÍLIA
  • 1 de ago.
  • 4 min de leitura
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A prostituta que estava nua no colo do juiz aposentado que atropelou e matou uma ciclista que seguia para o trabalho, no dia 24 de julho, em Araçatuba, disse, em depoimento à Polícia Civil, que tentou assumir a direção da caminhonete ao notar que ele estava visivelmente embriagado, mas foi impedida pelo sujeito.

A mulher disse que foi até a boate com o juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Junior, de 61 anos, e que ele ingeriu bebida alcoólica no local.

Segundo ela, o dono da boate sugeriu que Fernando fosse embora com um motorista de aplicativo que estava no local, mas o juiz se negou a usar o serviço de transporte e saiu dirigindo bêbado, na contramão e com a mulher pelada no colo.

Conforme consta no inquérito policial, a prostituta disse que, em seguida, foi até a caminhonete com Rodrigues Júnior. Ao notar que ele estava alterado, propôs assumir a direção, mas foi impedida pelo juiz. No momento em que ela tentou trocar de lugar com ele, o juiz atropelou a ciclista. Em seguida, ambos desceram da caminhonete.

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A prostituta aparece de costas para o parabrisa do veículo em movimento, no colo do juiz


Já o assassino disse à polícia que bebeu duas cervejas antes de assumir a direção da caminhonete. Ele pagou fiança de R$ 40 mil e está livre, leve e solto. Este ano, ele recebeu salário em torno de R$ 130 mil por mês como aposentado.

No Brasil, a Lei Seca, regulamentada pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é de tolerância zero e estabelece penalidades para motoristas que dirigem sob a influência de álcool ou outras substâncias psicoativas, como detenção, multa e suspensão da CNH.

O motorista de aplicativo e um PM que atendeu a ocorrência também foram ouvidos. O dono do bordel foi intimado na quarta-feira (30) a prestar depoimento.

O motorista de aplicativo, que é amigo da garota de programa, disse, em depoimento, que estava no bordel quando ela chegou com o juiz.

Após notar que Fernando havia ingerido bebida alcoólica e estava saindo com a garota de programa do local, ele ofereceu seu serviço para levá-los embora, mas o juiz recusou a oferta e entrou em sua caminhonete.

Ainda segundo o depoimento, preocupado com sua amiga, o motorista de aplicativo entrou em seu carro e seguiu a caminhonete de Fernando, momento em que viu o atropelamento da ciclista Thais Bonatti, de 30 anos.

A garota de programa estava sentada no colo do juiz seminua enquanto ele dirigia, conforme a versão do motorista de aplicativo.

A testemunha disse que faz corridas para clientes da boate. Ele alegou ainda que, após descer da caminhonete, a garota de programa entrou em um supermercado próximo ao local do atropelamento, onde recebeu suporte emocional do motorista de aplicativo.

Versões contraditórias

Um dos policiais militares que atendeu a ocorrência também prestou depoimento. À Polícia Civil, ele informou que, em conversa com a garota de programa, ela relatou ao PM que o juiz pediu que ela assumisse a direção, pois ele não estava se sentindo bem. Eles tentaram fazer a troca de condutor e, por não conseguirem ver a pista, ocorreu o atropelamento.

A polícia segue com as investigações e tem 30 dias para concluir o inquérito.

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Fernando, o bêbado, matou a ciclista que seguia para o trabalho


Thais morreu após ficar dois dias internada em estado grave na Santa Casa de Araçatuba. O corpo foi sepultado na tarde de sábado (26). A família da ciclista pede justiça.

A ciclista não resistiu aos ferimentos graves após passar por duas cirurgias. Conforme os familiares, a auxiliar de cozinha trabalhava em mais de um emprego para contribuir com as despesas de casa e também para realizar seus próprios sonhos.

a prisão à liberação do juiz

Após o atropelamento, o juiz aposentado foi levado para a Delegacia Seccional da cidade, onde foi autuado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. Devido à gravidade do crime, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva e a fiança foi arbitrada.

Na sexta-feira (25), Fernando Augusto pagou a fiança de R$ 40 mil e foi solto. Após a confirmação da morte de Thais, o juiz aposentado passou a responder por homicídio culposo na direção do veículo automotor.

Depois de ter a liberdade concedida pela Justiça, o juiz teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa. Ele também está proibido de sair da cidade sem aviso e autorização prévios. Além disso, não pode frequentar casas noturnas.

O acidente

O atropelamento ocorreu na manhã de 24 de julho, depois que o juiz aposentado saiu de uma boate com uma mulher e parou a caminhonete nas proximidades de um supermercado, na rotatória da Avenida Waldemar Alves, em Araçatuba.

Segundo o registro policial, a passageira tentou se sentar no colo do juiz aposentado, quando o veículo foi acelerado de forma abrupta na contramão e atingiu a ciclista.

De acordo com o boletim de ocorrência, Fernando apresentava fala desconexa, falta de coordenação motora e forte odor etílico quando foi abordado pelos policiais.

Defesa do juiz lamenta

Em nota enviada à TV TEM pela defesa, o juiz Fernando Rodrigues Junior lamentou a morte da ciclista e informou que oferece apoio as familiares. Leia abaixo a íntegra da manifestação:

"A família de Dr. Fernando manifesta profundo pesar e solidariedade à família da vítima, reafirmando o respeito absoluto à dor e ao luto. Desde o ocorrido, está oferecendo apoio à família da vítima. Em razão do sigilo decretado no inquérito, ele está legalmente impedido de conceder entrevistas ou se manifestar publicamente. A defesa reforça que esse silêncio é um dever jurídico, mas também um gesto de respeito."

O que diz o STJ

Procurado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) informou que o processo referente ao caso está sob segredo de Justiça e que, por isso, não há informações disponíveis sobre demais desdobramentos judiciais.

Histórico do juiz

Fernando é advogado inscrito na OAB de São Paulo. É juiz de direito aposentado e, atualmente, está habilitado para atuar como advogado em todo o território nacional, com exceção da comarca de Araçatuba, onde atuava na 1ª Vara Cível.


 
 
 

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