O ex-presidiário Anderson Ricardo Lopes, o Ricardinho, de 42 anos, preso no final de semana em Maringá (PR), conforme revelado com EXCLUSIVIDADE pelo JORNAL DO POVO, foi ouvido nesta segunda-feira (29), pelo delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Luis Marcelo Perpétuo Sampaio.
A oitiva foi em Maringá (PR), onde Ricardinho foi preso por policiais na tarde da sexta-feira (26) na Vila Iguatemy. Havia suspeita de furto, mas não houve registro nesse sentido.
Ricardinho tinha prisão decretada após a Polícia Civil o apontar como autor do homicídio do vendedor Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior, o Wal, de 40 anos. O crime ocorreu na manhã do dia 7 de dezembro do ano passado, em frente um estacionamento no Bairro Fragata, em Marília.
ALVO ERRADO
"O Ricardinho a princípio negou envolvimento no crime, mas depois acabou confessando e disse que o alvo era outro. Ele achou que o Wal era a pessoa que ele queria acertar", disse o delegado Luis Marcelo. "Ele também disse que estava sob efeito de drogas e em dias anteriores já havia passado pelo local do crime. Negou ter cometido o crime por encomenda". Não foi divulgado o nome da pessoa que seria o alvo do acusado.
O delegado disse que a motocicleta usada por Ricardinho no dia do homicídio era "do corre" no Parque das Azaleias.
O depoimento de Ricardinho em Maringá durou cerca de quatro horas. Ele foi trazido para Marília pela equipe da DIG e na noite de ontem voltou a ser ouvido na CPJ até as 23h.
Na manhã desta terça-feira (30), o acusado prestou declarações formalizadas na DIG.
O delegado disse ao JORNAL DO POVO que Ricardinho foi identificado em investigações como autor do homicídio cerca de 20 dias após o crime. "Ele estaria escondido no Parque das Azaleias, onde fizemos várias buscas. Também percorremos endereços onde ele poderia estar aqui em Marília, inclusive uma casa sem água e luz na Vila Real, zona sul, mas não o encontramos", afirmou.
Nas buscas, o delegado obteve informações que Ricardinho estaria em um bairro em Maringá e repassou as informações para policiais daquela cidade.
Quando a equipe policial de Maringá abordou Ricardinho, na sexta-feira, já sabia que havia um mandado de prisão contra ele em Marília. "O Ricardinho se mostrou surpreso no ato da prisão, negou envolvimento em crimes em Marília e disse aos policiais que estava trabalhando de servente de pedreiro em Maringá", contou o delegado da DIG.
CASO JUAREZ
Ricardinho também tem prisão decretada acusado de envolvimento no homicídio de Juarez Sampaio, executado com três tiros à queima roupa no bairro Nova Marília, em janeiro passado.
Neste caso, Ricardinho teria atraído a vítima para ser executado por outro indivíduo, com três tiros à queima roupa. "O Ricardinho disse que conhecia o Juarez, ficava na casa dele, mas negou envolvimento no crime".
A EXECUÇÃO DE WAL
Wal foi alvejado por ao menos cinco disparos por um homem ocupando uma motocicleta com baú de entregas. Vídeo que flagrou a ação mostrou que Walter, está na calçada, falando ao celular, quando um rapaz usando uma motocicleta com uma mochila tipo baú de entregas se aproxima e para. O ocupante da moto saca um revólver e inicia os disparos. Walter, que nem percebeu a chegada da moto, reage ao ser atingido e tenta sair da mira do assassino. Ele corre e cai na calçada. Alguns metros adiante, se rasteja para se proteger entre alguns veículos, mas o assassino desce na moto (que cai apoiada em um carro), vai até Walter e faz mais disparos. No total, foram cinco tiros. A vítima morreu no local. Em seguida, o autor dos tiros volta para motocicleta e na movimentação para fugir, deixa cair o revólver calibre 38, que foi recolhido pela Polícia Científica. Há informações que Walter, ao perceber os disparos, gritou "não sou eu!".
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