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Ricardinho Kong é condenado por tentativa de roubo contra idosos em Marília. Ele está preso por execução de vendedor no Fragata

Adilson de Lucca

Anderson Ricardo Lopes, o Ricardinho Kong, de 42 anos, foi condenado a 4 anos, 9 meses e 18 dias de reclusão, em regime inicial fechado e ao pagamento de 12 (doze) dias multa (cerca de R$ 500) por tentativa de roubo contra um casal de idosos na zona norte de Marília.

A decisão é do juiz Fabiano da Silva Moreno, da 3ª Vara Criminal do Fórum de Marília. O réu não poderá recorrer em liberdade.

Ele está preso pelo assassinato do vendedor Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior, de 40 anos, o Wal (crime ocorrido no dia 7 de dezembro de 2022), no Bairro Fragata. Também é investigado por latrocínio ocorrido em abril do ano passado contra um comerciante no Bairro Maracá, na zona norte e homicídio de outro homem na zona sul de Marília. ambos os casos com disparos de revólver.

IDOSOS AGREDIDOS COM VIOLÊNCIA

Conforme os autos, Ricardinho foi denunciado porque no dia 13 de março de 2022, por volta das 20 horas, na Avenida Independência, Bairro Palmital, zona norte de Marília, tentou subtrair pertences, mediante grave ameaça exercida com emprego simulacro de arma de fogo e violência contra as vítimas, casal de idosos S. A. D e N. A. M. D, não conseguindo seu intento por circunstâncias alheias à sua vontade.

Segundo o apurado, as vítimas estavam chegando de carro em sua residência e quando uma das vítimas, S.A., desembarcou do veículo para destrancar o portão, foi abordada pelo denunciado que, de imediato, anunciou o roubo, tirando o simulacro de arma que estava em sua cintura.

A vítima, mesmo assustada, resistiu a ação criminosa, mas foi agredida por Ricardinho. A outra vítima N. A. , desceu do veículo para ajudar e, também, foi agredida fisicamente pelo indiciado.

A reação das vítimas impediu o roubo e o denunciado fugiu deixando no local um simulacro de arma de fogo, uma máscara de uso facial, um capacete, uma blusa, um pé de um tênis, o aparelho celular com a quantia de R$ 60,00.

As vítimas foram socorridas pelo Resgate com lesões corporais e reconheceram Ricardinho em álbum na Polícia Civil.

A vítima N. A. afirmou em juízo que o réu tirou o capacete da cabeça para agredi-los, o que foi confirmado pela vítima S. A., que afirmou que “o revólver desmontou, caiu no chão, então ele tirou o capacete”. Ambas as vítimas reconheceram Ricardinho, em Juízo, como o autos do delito.

N. A declarou que estava voltando do casamento de sua filha, em torno de 19:30h ou 20:00h. chegando em casa, seu marido parou o carro, pois tinham colocado um cadeado no portão.

Quando ele entrou para destravar o cadeado, entrou junto. Quando entraram, o carro ainda ligado na rua, o ladrão entrou atrás e pulou em cima de seu marido. Seu marido se assustou, se virou rapidamente, e entrou em luta corporal com om bandido, que é forte. Seu marido é mais franzino.

Disse que Ricardinho agrediu muito seu marido com o capacete. Quando percebeu que, por uma questão de instantes, seu marido iria morrer ali, por causa dessas capacetadas na cabeça, acabou entrando na luta também e foi agredida com um soco na boca, inclusive ficou com uma cicatriz e machucou o dedinho.

Ricardinho a jogou no chão e bateu o capacete em sua cabeça, mas ficou em pé. Não sabe qual o intuito dele. Afirmou que são pessoas simples, trabalhadoras. Não conseguem viver mais.

Perceberam que o ladrão entrou com uma arma. Em luta com seu marido, ele percebeu que era uma arma falsa e começou a bater nela, e ele batendo essa arma em seu marido. Quebrou tudo, todo o capacete dele.

Ricardinho não chegou a levar nada. Ficou um capacete, um pé de tênis, uma blusa, uma jaqueta, celular na casa. Queriam entender se foi um assalto ou se ele foi a mando de alguém, pois não sabem.

Disse que Ricardinho anunciou o assalto ao seu marido, mas já entrou batendo. Ele estava de blusa listrada, máscara, capacete, mas, como ele deixou o celular, viram o rosto dele, que dizia que ia matar seu marido. Seu marido não tem nenhum desafeto ou inimigo. Chegaram em casa com um Monza branco, um carro antigo.

Chegou com seu marido e F, o filho de sua patroa. Como ele é especial, a polícia não pegou o depoimento dele. F. entrou com ela, mas, quando percebeu que ele estava agredindo muito, empurrou F. para fora do portão, ele ficou na calçada.

Ricardinho desferia golpes com o capacete dele, socos e pontapés. Ele tirou o capacete da cabeça para agredi-los. Viu a motocicleta dele, a qual parou na esquina. Não viram mais ninguém. Reconheceu o réu como sendo o autor do delito. Não o conhecia, nunca tinha visto.

FALAVA QUE IA MATÁ-LO

A vítima S. A, em Juízo, declarou que o réu chegou com uma arma e falou que era um assalto. Quando olhou para trás, ele lhe deu uma cacetada no olho com o revólver. Então o revólver desmontou, caiu no chão e Ricardinho tirou o capacete. Aí ele lhe rachou a cabeça inteira. Deu umas vinte capacetadas na cabeça, levou uns quarenta pontos. Ele falava que ia matá-lo, chegou a cuspir na sua cara. Não levou nada.

Reconhece Ricardinho como sendo a pessoa que o agrediu. Não o conhecia, nunca o viu, não tem inimizade com ninguém. É idoso, respeita todo mundo, não desfaz de ninguém, nem de catador de reciclagem, chegam em sua casa e os cumprimenta, pedem as coisa e dá. Nunca praticou essa conduta, é pobre, mas é honesto. Nada foi levado. Ficou com sequela, tem dor de cabeça e muita coceira todo dia. Não ficou internado. Toma comprimidos quase todos os dias, mas não faz tratamento.

Um policial que mora em frente à sua casa chegou lá, puxou a foto dele e falou que era o Ricardinho Kong.

DEFESA

O réu, interrogado em Juízo, admitiu os fatos, mas disse que não ia roubar ninguém. Disse que a vítima o xingou dias antes, então foi até lá e bateu nele. Passava ali de moto, de capacete, então ele não conhecia seu rosto, só via sua cor.

Afirmou que passava ali acelerando a moto e ele o xingava. Só bateu nele, não assaltou ninguém. Só deu uma surra nela, não foi roubar ninguém. Não pediu nada. Não anunciou assalto, só deu um coro nele para ele parar de xingar os outros.

Disse que está preso por um processo de homicídio. Disse que tem o apelido Ricardinho Kong porque é professor de boxe.


 
 
 

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