"Propositura de soluções gerais para os problemas principais que afligem a estrutura viária e os modais de transporte e locomoção de Marília". Com essa principal proposta, muitos projetos e desenhos, está publicada no Diário Oficial do Município desta sexta-feira (14), a Lei que institui o Plano de Mobilidade Urbana de Marília, criado pela Emdurb através de uma empresa terceirizada.
O Plano indica um prazo de até 10 anos para implantação, envolvendo um total de R$ 51,4 milhões gastos pela Prefeitura nos cinco primeiros anos, cerca de R$ 870 milhões vindos de concessões (contratação de empresas privadas para investirem o recurso e lucrarem com o serviço através do recebimento de recursos advindos do contribuinte) em seis a 10 anos. A estimativa total é de custo anual médio de R$ 14 milhões, vindos de uma amortização linear de 30 anos, e uma atribuição municipal de R$ 1,7 milhão por ano em projetos.
"BONDE"
Mas tudo isso certamente não sairá do papel, como sempre. Soluções fantasiosas constam no tal Plano, como um "bonde" (VLT - Veículo Leve sobre Trilhos) entre os Distritos de Lácio e Padre Nóbrega.
O "bonde" integraria o projeto do Parque Linear (que também não saiu do papel) no mesmo trajeto, com ciclovia paralela aos trilhos. Inclui-se aí o rebaixamento da ferrovia. Projeto aliás que já foi desenhado e divulgado, mas voltou para as gavetas. Sem verbas, tudo balela ilusionista.
Radares instalados na Avenida Tiradentes
RADARES
O que não tem no Plano, mas já está na prática, são os dezenas de radares fixos que infestaram a cidade e começarão a multar a partir do próximo mês. Custos de quase R$ 30 milhões foram viabilizados rapidinho para contratação da empresa (de Jacareí/SP) que vai operar os radares e rechear os cofres da Emdurb. Pra isso não teve discussão, debates e etc.
MÃO ÚNICA NA SAMPAIO VIDAL
Outras propostas fantasiosas do tal Plano de Mobilidade são criar um anel rodoviário no entorno de Marília e transformar a Avenida Sampaio Vidal em mão única, com a implantação de uma mão única de direção, no sentido sul-norte, com retorno do transporte coletivo pela via e inclusão de uma ciclovia.
Consta no Plano de Mobilidade "fiscalização do transporte coletivo". Uma obrigação da Emdurb que virou relaxo, com as empresas de ônibus Grande Marília e Sorriso deitando e rolando, mudando itinerários sem prévios avisos e constantes atrasos nas linhas, além das crônicas lotações e falta de ônibus nas linhas. Relaxo acentuado durante a pandemia da Covid.
O Plano de Mobilidade, elaborado pela empresa Infra Engenharia e Consultoria, contratada em 2019 (não se sabe a que custo) traz uma nova ordenação do que se pode ou não fazer nas vias públicas da cidade, bem como uma proposta de intervenção e previsão de obras, defende uma flexibilização de medidas e ações práticas que até então não eram permitidas na cidade.
SEMÁFOROS "INTELIGENTES"
O Plano defende como diretrizes o estabelecimento do tempo máximo de deslocamento do cidadão usuário de transporte público ou privado de 30 minutos, redução de cruzamentos viários conflituosos, por meio de semáforos “inteligentes” (que alteram o tempo de espera conforme o fluxo de veículos do momento), implantação de vias para bicicletas, aumento da largura das calçadas.
No diagnóstico dos problemas de mobilidade da cidade apontados pelo plano constam a elaboração de projetos para alterar as principais vias arteriais, remodelação de mãos de direção.
A proposta também indica opções de alteração de cruzamentos de grande fluxo, como na Paraná, na Zona Sul, na Zona Norte, Zona Leste (implantação de mão única na
Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes) e Oeste (implantar marginal à rodovia até passagem subnível de acesso ao Marília Shopping).
Há também proposta de criação de vias verdes, rearborizando trajetos sem vegetação da área urbana. De quebra, remodelação do centro comercial, com implantação de calçadão ao longo da Rua 9 de Julho.
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