O Sindicato dos Metalúrgicos de Marília vai reunir os cerca de 300 funcionários da indústria Sasazaki, que estão com salários atrasados desde o dia 5, no clube de campos da entidade, a partir das 8h desta sexta-feira (20). O clube fica ao lado do Bairro Marina Moretti, na zona norte da cidade.
No encontro serão abordados o atraso nos pagamentos, questão de greve, rescisão indireta e outros temas. A direção e o departamento jurídico do Sindicato organizam a reunião.
SITUAÇÃO CAÓTICA NA EMPRESA
Após reunião com os cerca de 300 funcionários da tarde da terça-feira (17), o proprietário da Indústria Sasazaki, empresário Leonardo Sasazaki, não deu solução prática sobre o pagamento de salários atrasados e recomendou que eles continuem em casa pelos próximos quinze dias, usufruindo do banco de horas (acúmulo e compensação das horas extras).
Os funcionários já estão nesta condição (banco de horas) desde o último dia 5, quando a empresa não pagou os salários. O vale do dia 20 de setembro também não foi pago.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Marília, Irton Siqueira Torres, disse ao JORNAL DO POVO que está recomendando aos funcionários "que decidirem jogar a toalha", fazerem rescisão indireta do contrato de trabalho com a empresa junto à Justiça do Trabalho. Nesse caso o trabalhador perde o direito ao aviso prévio. O sindicato disponibiliza assessoria jurídica para isso.
"Desta forma poderão buscar outras vagas de emprego. Peço à empresas, especialmente do setor metalúrgico, que contratem esses funcionários, com mão-de-obra especializada", disse Irton.
Um dia após o atraso de pagamento no dia 5, o Sindicato notificou a direção da Sasazaki sobre a possibilidade de greve dos funcionários. "Mas, como as máquinas estão paradas e a empresa sem produção, não faria sentido o instrumento da greve", observou o sindicalista.
A empresa já vinha atrasando pagamentos desde maio passado. "As vezes cinco dias, as vezes dez dias. Mas este mês não houve pagamento até hoje", explicou Irton.
O sindicalista acredita que a direção da empresa esteja buscando aporte financeiro em instituições do setor para fazer o pagamento da folha. Ele disse que não teve acesso aos valores.
"Enquanto houver uma luzinha no fim do túnel vamos continuar com a esperança de solução, mesmo que um milagre. Quero e preciso acreditar nisso. O sindicato acompanha a situação, só não tem como gerar dinheiro. Difícil que os trabalhadores entram em situação de falência junto com a empresa, sem condições de pagar suas contas e manter seus lares. Funcionários com 20 anos ou mais na empresa", afirmou Irton.
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