Atendendo Requerimento da vereadora Fabiana Camarinha (Podemos), a Câmara de Marília realizou uma audiência pública para debater o tema “Saúde Mental”.
Conduzido por profissionais da Secretaria Municipal da Saúde, evento aconteceu no Plenário da Câmara, e expôs o colapso dentro do cenário local, mas também apontou soluções.
FILA DE ESPERA E DEBATE
A vereadora Fabiana Camarinha destacou que solicitou a audiência pública devido a fila de mais de 5 mil marilienses que estão aguardando para consultas e exames nas áreas de psiquiatria e psicologia.
“Não tivemos nenhuma política pública ou medidas tomadas nos últimos oito anos para combater o suicídio e fortalecer o tratamento médico em nossa cidade. Marília ocupa o primeiro lugar no ranking estadual em número de violências autoprovocadas, tudo porque a saúde mental não foi priorizada no governo passado. Precisamos tomar providências urgentes e encarar este problema, pois a população está sofrendo com a falta de suporte da saúde pública. Recebi muitos pedidos para trazer este debate para a Casa de Leis, por conta da falta de remédios nos postos, médicos e psicólogos”, explicou a vereadora.
A Audiência Pública possibilitou a participação de diversos segmentos da comunidade sobre um tema de extrema relevância no município, criando uma união de esforços e avanço na discussão de novas políticas públicas e medidas eficazes.
Durante a audiência, foram debatidos os desafios enfrentados na rede, além de propostas para melhorar o atendimento e as políticas públicas voltadas à saúde mental.
"Essa escuta qualificada fortalece o compromisso do município com uma política de saúde mental mais humanizada, inclusiva e eficaz. 🩷E seguimos juntos para uma Marília com mais atendimentos, tratamentos, medicamentos e cuidado com esse tema tão importante e valioso...a vida", disse Fabiana.
PRESENÇA NA CÂMARA
Além da secretária municipal da Saúde, Paloma Libanio, a audiência contou com as presenças da responsável pelo Núcleo Municipal de Saúde Mental, Adriana Magali Dezotti, da responsável pelo Núcleo Municipal de Prevenção e Atenção Humanizada às Vítimas de Violações de Direitos, Fabiana Martins, e da usuária do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) “Com-Viver”, Robeni Aparecida Vieira.
Um grande público, entre especialistas, representantes de hospitais e sociedade civil organizada, também acompanhou o debate. Conforme a explanação da técnica da Secretaria Municipal da Saúde, Adriana Dezotti, o município necessita de uma Rede de Apoio Psicossocial completa, com profissionais multidisciplinares, abrangendo três modalidades do Caps (do infantil à melhor idade). “Precisamos entender a realidade e a vulnerabilidade social de cada paciente. O cuidado centrado em direitos humanos não se limita ao uso de medicações ou técnicas terapêuticas isoladas”, argumentou.
Segundo a especialista, a depressão e os casos de violência autoprovocada podem estar atrelados às condições socioeconômicas, culturais, sociais, de desemprego e outras preocupações dos pacientes. “O SUS [Sistema Único de Saúde] é o único canal de suporte para os pacientes que não têm condições financeiras para arcar com um tratamento especializado”, complementou.
De acordo com a secretária Paloma Libanio, o município ficou sem uma assistência especializada em saúde mental nos últimos anos e, consequentemente, a fila para consultas e exames aumentou significativamente.
“A responsabilidade do atendimento especializado também é do Estado, mas o município não ficou de braços cruzados. Já nos primeiros cinco meses de governo, o prefeito Vinicius Camarinha conquistou o Ambulatório Médico de Especialidades, que em breve será construído, e o Caps de porte III, que funcionará 24 horas. Assumimos a gestão com seis médicos psiquiatras em nossa rede e contratamos mais dois. Agora são oito. Também vamos convocar mais psicólogos dentro do concurso público vigente”, informou.
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